É muito raro fazermos este artigo dedicado somente a um produtor, mas depois de conhecermos algum do portefólio da Quinta do Regueiro tínhamos mesmo de o fazer. Tudo começa em 1988, quando é plantada a 1º vinha 100% Alvarinho, foram plantados nesse ano 0.3Ha. Os 10anos seguintes foram de aprendizagem e novas plantações até uma área de 3ha. Ao longo desse tempo foram produzindo algumas colheitas para consumo próprio, que tinham uma qualidade e determinadas características, que quem os provava, não ficava indiferente. Foi um processo lento, dando tempo ao tempo para o projeto ter sustentabilidade. Em 1999 surge a marca Quinta do Regueiro pela mão do filhos dos proprietários que com apenas 23 anos concretizou o sonho de ser produtor de vinho.
Hoje a Quinta do Regueiro, é constituída por um conjunto de pequenas parcelas próprias em socalco e mais algumas de contratos de longa duração. As palavras dedicação e qualidade ano apos ano, são a chave mestra do prestigio já alcançado por esta quinta que ao longo dos tempos tem tido a capacidade de inovar e lançado no mercado novos perfis de vinho e de sucesso. Preparem os vossos copos pois esta viagem vai começar.
Começamos a prova pelo Quinta do Regueiro Primitivo. Feito a partir das vinhas mais antigas da quinta. Elegante e de aroma contido, mas tudo num registo fino e de grande profundidade. Citrinos frescos (tangerina, toranja), mineralidade, tanto no nariz como na boca, a conferir um corpo envolvente e uma acidez limonada que lhe dá um "nervo" impressionante, bem como um final longo. Um Alvarinho muito versátil e que com um volume alcoólico de 13%, bebe-se bem como aperitivo ou a acompanhar peixes gordos ou saladas. Pode consumir-se de imediato ou eventualmente guardar.
Garrafa terminada e seguimos para o Quinta do Regueiro Barricas. Se o Regueiro Primitivo feito das uvas mais antigas da propriedade é fino e cheio de nervo, o "Barricas" é ainda mais preciso e delicado. São apenas 2000 garrafas de um branco que amadurece em barrica, como o próprio nome o sugere. A madeira aparece sempre superiormente integrada, conferindo-lhe apenas a complexidade e arredondamento extra, que o elevam a outro patamar de "finesse". Um exemplo claro de como utilizar a madeira de forma a potenciar a uva Alvarinho, sem marcar em demasia. Um grande vinho juntamente com o Primitivo a mostrar 2 formas de apresentar a casta Alvarinho, produzindo 2 brancos superiores. Com o mesmo teor alcoólico do Primitivo (13%) este Barricas foi degustado com uns salmonetes grelhados e escorregou muito bem.
Trajadura Alvarinho do Regueiro é o Blend que esta Quinta nos apresenta. Fresco, equilibrado, frutado, mas nada exuberante. Notas de prova bem vincadas. Bem conseguido e acima dos seus pares no que concerne aos blend estilo "Muralhas" ou "Torre de Menagem", apresentando um pouco mais de corpo, profundidade e obviamente qualidade. Vinho com um teor alcoólico de 12%, deve beber-se fresco e de preferência à beira da piscina (estilo rosé). Acompanha bem queijos leves, peixes fumados e claro que a "solo".
Reserva que se preze tem algo que diferencia. O Quinta do Regueiro Reserva é um Alvarinho muito mineral e fresco, com uma excelente acidez. Muito puro, com uma boa estrutura, fiel à casta, sem notas tropicais, muito focado no lado citrino. Muito leve com apenas 12% de volume alcoólico é um vinho que se aprecia e se bebe com naturalidade acompanhando uma sandes de bom presunto.
Para terminar não nos podíamos esquecer do Espumante da Quinta do Regueiro. 100% produzido de Alvarinho este é um espumante Bruto, bem equilibrado, com bolha fina, mousse agradável, tudo bem composto. Claramente acima da média, numa região, que na nossa opinião ainda não apresentou um "mega" espumante. Apresenta-se com uma bolha fina e persistente, de cor limpa e com um tom típico de Alvarinho, embora ligeiramente mais escuro e com algumas nuances douradas. Muita flor, tropicalidade, boa acidez e presença muito ativa de maçã. Com 12,5% de volume alcoólico é o espumante Ideal como aperitivo, mas também é gastronomicamente versátil.