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São Lourenço do Barrocal - Onde o conforto de 5 estrelas sobe ao monte Alentejano.

Situado a apenas duas horas de Lisboa podemos encontrar um pedaço de paraíso perdido em pleno Alentejo. Bem, perdido é apenas um termo pois a Herdade de São Lourenço do Barrocal já tem 200 anos de existência e sempre pertença da mesma família. A herdade tem o seu coração funcional e social num antigo monte alentejano, que viu rejuvenescer a cadência da vida rural de que sempre foi testemunha num hotel de luxo despretensioso, no seio de vinhas, azinheiras e oliveiras centenárias.


O São Lourenço do Barrocal é um retiro na planície alentejana que convida a longos passeios, bons almoços e jantares, mergulhos na piscina ou apenas a saborear a passagem do tempo. É um hotel sensível à vastidão da terra que o acolhe e ao legado familiar que lhe está na origem, inserido num antigo monte alentejano, no meio de vinhas, azinheiras e oliveiras centenárias da paisagem de Monsaraz. Com dois séculos de história, o São Lourenço do Barrocal revela ser mais do que um hotel de luxo: reafirma-se enquanto monte agrícola de produção própria biológica, criador de chás de folhas simples, compotas de laranja e limão, uma pasta de pimento, biscoitos de azeite e azeitonas. Além de uma horta biológica, cria gado da raça Salers, que pasta livremente pelos 780 hectares do terreno, e possui, também, um pomar, um extenso olival e várias vinhas com os quais produz o seu próprio vinho e azeite. Este ano há uma novidade: o lançamento de uma cerveja biológica que, embora produzida em Torres Vedras, usa o poejo da herdade. O São Lourenço do Barrocal tem 40 unidades de alojamento, dois restaurantes, uma adega, uma loja, duas piscinas exteriores, dois bares, cavalariças, uma sala de eventos e um spa com assinatura da marca de cosmética biológica Susanne Kaufmann. A arquitetura esteve a cargo de Eduardo Souto Moura, que recebeu pelo projeto de reabilitação um Leão de Ouro na Bienal de Veneza.


Mas vamos ao que interessa. Os quartos e habitações. Na nossa visita ficámos na casa 38 com capacidade para seis pessoas. Ao entrar deparamos-nos com um enorme salão com três bons sofás e uma mesa de apoio e um televisor para quem quiser perder tempo a ver. No mesmo amplo salão encontra-se a mesa de refeições interna e a cozinha aberta, funcional e que se envolve no resto da sala mas sem a poluir visualmente. Espaço e conforto são estas as palavras que definem o primeiro espaço visível da casa.



Um pouco mais para dentro, uma portada separa este salão do resto da casa. Um logo corredor leva-nos até três quartos e uma casa de banho comum, sendo que um dos quartos é também uma suite. Quartos grandes com camas grandes e devidamente iluminados por janelões que dão para o exterior e permitem que entre a luz natural. Os lençóis são de algodão egípcio de grande qualidade e as almofadas abraçam-nos num sono intenso e revigorante. Tudo foi pensado ao pormenor para nos dar conforto mas sem ser pretensioso. As casas de banho são 100% funcionais mas pecam pela falta de luz natural e por terem banheira em vez de duche.



Os espaços comuns estão preparados para a adversidade da pandemia que todos enfrentamos atualmente. O restaurante que serve de sala de pequeno almoço tem espaço interior e exterior, sendo que os clientes são sentados por ordem de chegada e por limitação do espaço. O pequeno almoço é servido das 7 às 11h de modo a que todos possam ter o seu tempo sem terem de apressar ninguém a sair. As piscinas são em campo aberto e de comprimento generoso para o tipo de hotel. A piscina infantil é sem dúvida o sitio ideal para os adultos relaxarem, isto porque as famílias apoderam-se da piscina principal mais perto do bar e deixam os seus filhos ao esquecimento, deixando-os fazer a berraria que bem pretendam sem serem alertados uma única vez. Em suma, neste contexto o São Lourenço do Barrocal é sem dúvida um hotel preparado para famílias que não estão minimamente preparadas para este tipo de hotéis para relaxar.   



O restaurante Hortelão, junto à piscina é sem dúvida o sitio onde vão querer fazer uma refeição. Da horta para a grelha e da grelha para a mesa. Produto local na sua maioria confecionado no fogo e que nos é servido de modo simples onde só e somente a matéria prima é que interessa. Carnes bovinas, suínas e caprinas de alta qualidade e cozinhadas no ponto ao gosto de cada um. Bons vinhos da casa, não fosse a herdade também produtora e vegetais cheios de sabor e frescura.


O staff é todo ele dedicado e muito hospitaleiro. As máscaras na cara não escondem os sorrisos nos olhos com que somos recebidos e brindados todos os dias. Há sempre alguém pronto para nos ajudar e realizar os nossos caprichos. Pode não parecer nada de especial ter este serviço mas lembrem-se o São Lourenço do Barrocal fica em Reguengos de Mosaraz e não em Lisboa.


De um modo sucinto e direto o São Lourenço do Barrocal não está ao acesso de todas as carteiras. Além da deslocação que consome uma média de 40€ em combustível e cerca de 20€ em portagens (isto se partirmos de Lisboa), os valores médios dos quartos são de: Quartos duplos a partir de 148€/noite (época baixa), 162€ (época média) ou 177€ (época alta). Já o preço médio do restaurante (aberto todos os dias das 7h30 às 22h30) ronda os 40€. A acrescer a isto tudo o resto está adaptado ao preço de um hotel de 5 estrelas. Capirinhas na piscina a 12€ a unidade, uma garrafa de litro de água a 5€, e por ai. O preço é sem dúvida desatrativo, mas tudo o resto faz esquecer este factor.