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Vinhos a não perder.

"In Vino Veritas" - ou em bom português, no vinho está a verdade. Esta frase tão conhecida nunca fez tanto sentido como nos dias de hoje. Inicialmente usava-se, pois sempre que uma pessoa está sobre a influência de álcool tem tendência para ser mais sincera. Hoje em dia e para nós é uma frase que também define qualidade. No que diz ao vinho é muito simples, se não for um vinho honesto e que nos transmita boas sensações dificilmente o iremos repetir. Partilhamos convosco dois tintos, um branco e um rosé que nos últimos dias nos encheram as medidas. No vinho nós acreditamos.




Começamos a norte do país na mítica Casa Ferreirinha que acaba de lançar no mercado o Quinta da Leda 2017. Este tinto pujante celebra os 25 anos da sua criação monovarietal de Touriga Nacional e 20 anos desde que foi lançada a primeira edição como blend. O Quinta da Leda 2017 demonstra bem o caráter de um vinho de um ano quente e seco, ou seja, estrutura e taninos firmes. A sua elegância e harmonia são fruto das carateristicas do lugar que lhe dá origem, onde os 160 hectares de vinha se estendem por diferentes altitudes e exposições, e de onde são selecionadas as uvas das melhores parcelas. Cor rubi profunda. Aroma intenso e muito complexo, destacando-se as notas florais de violeta, as notas balsâmicas - resina, cedro e caixa de tabaco -, pimenta e frutos vermelhos, com madeira muito bem integrada. Na boca, é um vinho volumoso, com acidez bem integrada, taninos firmes e bem presentes. As especiarias e os frutos vermelhos evidenciam-se. O final é longo, muito intenso e elegante. O resultado é um vinho de qualidade excecional e com grande potencial de guarda, que mantém o perfil a que a Quinta da Leda no tem habituado. Composto por 45% Touriga Franca, 30% Touriga Nacional, 15% Tinto Cão e 10% Tinta Roriz e um teor alcoólico de 13,5% vai bem a acompanhar pratos de carne, caça e queijos.


Descemos ao alentejo e por lá vamos ficar para vos apresentar três vinhos da Adega Mayor que nos surpreenderam. Começamos por um rosé leve e fresco, ideal para beber à beira da piscina. O Caiado Rosé é um vinho fácil de se beber. De cor rosa suave, quase salmão, apresenta um aspeto delicado, brilhante e translúcido. No aroma sugere fruta fresca num fundo acídulo e exótico. A boca segue a sugestão do nariz, é viva e a intensidade da fruta culminam num final longo e vibrante. A sua vivacidade combina na perfeição com pratos exóticos, sobretudo comida asiática e com um toque de especiarias. Composto por 50% Aragonez, 30% Castelão e 20% Touriga Nacional e com 13% de teor alcoólico, vai bem a acompanhar um bom grelhado, um prato de marisco ou uma simples e saudável salada.


Passamos ao vinho branco com o Dizeres. Visualmente é límpido e de cor "palha pálida", com laivos esverdeados. O nariz transmite-nos juventude e exuberância moderada, sugerindo notas cítricas e exóticas, com destaque para o ananás e a meloa. Na boca é fresco e harmonioso, de volume médio e com um final vibrante. Um vinho versátil e equilibrado. Composto por 50% Antão Vaz e 50% Arinto é leve e tem a acidez necessária para que não se torne demasiado adocicado. com um teor alcoólico de 12,50% é fácil de se beber como aperitivo mas também é um bom complemento a peixes, mariscos, carnes brancas e saladas.


Terminamos esta viagem por Campo Maior com o mono-casta Tinto Touriga Franca. Este vinho cheio de armoas e sabor, de cor violeta-rubi intensa, no nariz é expressivo, com fruta vermelha e sugestões florais próprias da casta, que assentam em apontamentos fumados da barrica onde estagiou. Na boca revela-se com boa estrutura e vivacidade conjugando um corpo firme com taninos de qualidade, densos e texturados. Pesado em teor alcoólico, com 15,50% é um vinho para se beber descansado e com moderação. Intenso mas fácil de se beber, a frescura e intensidade aromática intrínsecas a este tinto, sugerem a companhia de pratos de caráter familiar e simplista tais como, por exemplo, algumas iguarias da cozinha italiana, massas, pastas, pizzas ou risotos. Imperdivel.