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Boca do Lobo - Quando a música clássica vai ao LUX


A Boca do Lobo é sobre utopia. É uma aventura em direção a territórios desconhecidos de excitação e desafio. A Boca do Lobo existe porque a arte não pode estar viva se não for guiada pela descoberta e não pode ser real se não oferecer um lugar para cada pessoa. Trazer música clássica para o LuxFrágil não é apenas uma questão de transpor a orquestra para a pista de dança. É inspirar novos significados e fazer da música caminho para pensar e sentir para além do quotidiano. É um acto de investimento nos sentidos, no repertório, no indivíduo e na comunidade.


Com curadoria de Martim Sousa Tavares, A Boca do Lobo é um ciclo de eventos únicos de janeiro a junho de 2020. A sua natureza irrepetível sublinha que estes acontecimentos, mais que meros concertos, são experiências onde a ligação entre espaço e tempo é insubstituível.


Nova Iorque, anos 30. A cidade faz-se oficina do mundo. Edifícios que se esticam para o céu e as artes em expansão para o infinito. Entre a elite de compositores revolucionários, está a alemã Johanna Beyer. O primeiro punho a escrever música electrónica, Beyer lida e trabalha com os maiores pensadores do seu tempo. Uma compositora radical que imagina música a solo, de câmara e sinfónica, metade realidade, metade sonho. Nunca ouviste falar dela? Não admira. Quase ninguém ouviu. Na verdade, pouco mais se sabe sobre Johanna Beyer. Morre pobre e solitária em 1944 e o seu trabalho cai no esquecimento imediatamente após a sua morte.


Em jargão musical, o termo latim tacet utiliza-se quando um instrumento não toca durante um período significativo de tempo. No caso de Johanna Beyer, a sua voz tem sido um tacet total. O seu pensamento pioneiro antecipou em muitos anos algumas das experiências mais ambiciosas da música, e nem assim persistiu na memória de ninguém. Johanna Beyer sempre era, afinal de contas, uma mulher à frente dos homens do seu tempo. Neste evento o Drumming GP irá dar ao mundo a estreia da última e mais ambiciosa obra de Johanna Beyer: Horizons. Esta partitura acorda de um tacet de 78 anos e toma a ribalta no LuxFrágil. Obras de Beyer serão tocadas lado a lado com obras do gigante do modernismo John Cage, num ensaio para a cartografia de ligações e influências entre os dois génios.

Em Fevereiro, termina o tacet de Johanna Beyer. Bilhetes à venda na Ticketline