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Vinhos a não perder.

O verão já se começa a despedir mas sem antes lançar no mercado algumas novas referências do mundo vínico. Desta vez a nossa viagem de Baco passa como não poderia deixar de ser pelo Douro e a sua Casa Ferreirinha, por Arruda dos Vinhos e a sua Quinta de São Sebastião e pelo Alentejo e a sua Herdade da Fonte. Vamos a isso?



“Como um leão, nobre e valente. Um vinho cheio de garra, que se doma a si próprio. Reflete na perfeição o terroir do Douro Superior e uma notável maturidade só ao alcance de alguns vinhos”. É verdade, o tão aguardado Barca Velha 2011 chegou ao mercado. Até hoje, passaram-se nove anos desde a vindima excecional de 2011 na Quinta da Leda, berço deste vinho. Nove anos que, nas palavras de Luís Sottomayor, reforçam que “o vinho é que manda”. “Esta é uma decisão puramente enológica, cem por cento alheia a pressas ou pressões”. Casa Ferreirinha Barca Velha 2011, a 20ª edição de um dos mais emblemáticos vinhos portugueses, já está ai e com selo de garantia para evitar fraudes. Composto por 45% Touriga Franca, 35% Touriga Nacional, 10% Tinto Cão, 10% Tinta Roriz e com uma cor rubi profunda, Casa Ferreirinha Barca Velha 2011 apresenta um aroma muito complexo, com destaque para as especiarias como a pimenta, as notas balsâmicas, cedro e caixa de tabaco, frutos vermelhos, como a ameixa madura, ardósia e uma madeira de grande qualidade, bem integrada. Na boca tem uma acidez vibrante, muito viva, taninos muito firmes, notas de especiarias, frutos pretos e sabores balsâmicos. O final é extremamente longo, de grande elegância e complexidade como não poderia deixar de ser. No alto dos seus 14,5% de teor alcoólico é um vinho que sugere-se que seja saboreado com calma, acompanhado por pratos mais cuidados de carne, caça e mesmo alguns queijos, com sabores requintados e bem integrados.



O projeto da Quinta de São Sebastião nasce da vontade do seu proprietário António Parente colocar no mapa a região de Arruda dos Vinhos, unindo vários produtores locais num projeto único, sob a umbrela da Quinta. Uma das novidades desta quinta é o Quinta de São Sebastião Reserva Tinto 2017. O enólogo da Quinta de São Sebastião, Filipe Sevinate Pinto, afirma que “o Quinta de São Sebastião Reserva Tinto 2017 dá continuidade ao perfil do seu antecessor de sucesso de 2015. Ambas ótimas colheitas na quinta. Acresce, na mais recente, concentração e longevidade mantendo-se o perfil muito elegante, especiado, a que esta vinha nos habituou”.  Vinho de cor granada e com aroma a notas de fruta madura, flores de laranjeira e algumas especiarias bem casadas com as notas tostadas obtidas durante o estágio em barricas. Na boca é um vinho intenso e elegante com taninos a assegurar uma evolução favorável nos próximos anos. Tinto pujante como deve ser, o seu volume alcoólico de 14% permite que seja degustado com carnes vermelhas e enchidos, porco assado com castanhas e cozido à portuguesa.


Do tinto para o branco mas ainda na Quinta de São Sebastião, o destaque vai para o arrojado Quinta de São Sebastião Reserva Branco 2019. Este pretende ser um vinho mineral, salino com a barrica muito discreta, onde acontece muita coisa mas sem excessos, com muita elegância e harmonia. Na boca a estrutura generosa envolve a frescura e a acidez vibrante.  Vinho de cor citrina, nariz complexo com notas de damasco e alguns cítricos bem casados com uma mineralidade muito própria. Na boca é um vinho intenso, suave e com uma acidez viva e refrescante. Sugere-se que seja acompanhado por queijos de pasta mole, peixes gordos,  filetes de peixe espada e carnes brancas.



Nasceu no Alto Alentejo uma marca que tem na responsabilidade ambiental uma das suas principais missões, com vinhos e azeites extra-virgem de produção biológica e integrada, pouca intervenção e certificado vegan. É neste contexto e com este compromisso que surgiu a MAINOVA, uma marca autêntica, inovadora, sustentável, que brinda ao futuro sem nunca esquecer a herança, tradições e verdades do passado. Conversas à parte vamos ao que interessa. Responsável pela elaboração dos vinhos, o enólogo António Maçanita, que desde 2008 não aceitava qualquer consultoria, explica que estes são vinhos muito diferentes daqueles que normalmente associamos a esta região. "Este é um Alentejo muito equilibrado, é um local bastante especial com vinha em formações de granito e xisto, o que resulta num vinho refletivo com uma abordagem muito pouco interventiva e respeito pela fruta. É um produtor novo e isso reflete-se numa grande liberdade de pensar, como podemos perceber pela escolha de algumas castas atípicas que garantem ao vinho boa acidez, estrutura e equilíbrio", explica o responsável pela Fita Preta e Azores Wine Company. O nosso destaque vai para o Moinante Rosé Castelão 2019. De cor salmão, no nariz é bastante aberto e floral, com notas muito leves de frutos vermelhos. Na boca é frecura pura com uma muito boa acidez e um final de persistente mas suave. Com um teor alcoólico de 13% bebe-se muito bem só por si, sozinho ou entre amigos, mas também acompanha saladas, peixes leves, massas e queijos com pouca intensidade.