Diogo Lopes é um jovem dos finais da década de 90. Podia ser como todos os jovens dessa altura, cujas responsabilidades parecem passar um pouco ao lado da sua vida, mas o Diogo é diferente.
No alto dos seus 21 anos, Diogo já jogou futebol, já fez um curso técnico de restauração mesa/bar na Escola Profissional de Salvaterra de Magos e trabalha atualmente no melhor bar de Portugal e no 92.º melhor bar no Mundo, o Red Frog Speakeasy. A competição e necessidade de aprendizagem está-lhe nas veias e foi também com o seu empenho que o bar onde trabalha ganhou os prémios todos que haviam para ganhar. Dedicado ao seu trabalho, gosta do que faz e a sua criatividade levaram-no a estar entre os 6 melhores bartenders de Portugal na final da competição World Class. Não a venceu, mas se não arrumar o shaker na prateleira, este prodígio da cocktelaria nacional tem um futuro risonho pela frente.
No alto dos seus 21 anos, Diogo já jogou futebol, já fez um curso técnico de restauração mesa/bar na Escola Profissional de Salvaterra de Magos e trabalha atualmente no melhor bar de Portugal e no 92.º melhor bar no Mundo, o Red Frog Speakeasy. A competição e necessidade de aprendizagem está-lhe nas veias e foi também com o seu empenho que o bar onde trabalha ganhou os prémios todos que haviam para ganhar. Dedicado ao seu trabalho, gosta do que faz e a sua criatividade levaram-no a estar entre os 6 melhores bartenders de Portugal na final da competição World Class. Não a venceu, mas se não arrumar o shaker na prateleira, este prodígio da cocktelaria nacional tem um futuro risonho pela frente.
- Olá Diogo, antes de mais o nosso obrigado pela tua disponibilidade. Queríamos começar por perguntar onde surgiu a ideia de participares na competição da World Class?
DL - A competição sempre fez parte da minha vida, num primeiro momento no futebol e agora, no mundo do bar. Sempre quis participar no World Class porque é a competição que avalia os bartenders num nível muito mais completo, que qualquer outra.
- Fazer cocktails para um menu ou cocktails de autor para uma competição não é o mesmo processo. Para ti em que é que se diferenciam e em que consiste cada uma das criações?
DL - Todas as competições têm os seus "temas" ou "desafios" nos quais tens de te basear. Para além disso, sabes que o teu cocktail, numa competição, vai estar a ser avaliado por profissionais experientes do ramo.
Quando crias para um menu também podemos ir buscar um “tema” para nos inspirarmos, mas o público-alvo vai ser diferente: tens de ter noção que a maioria das pessoas que vão provar os teus cocktails não fazem parte deste mundo. Como tal, tens de verificar o que "faz falta" para teres um menu completo composto por drinks que vá dos doces e frutados aos amargos, passando também pelos cítricos.
Quando crias para um menu também podemos ir buscar um “tema” para nos inspirarmos, mas o público-alvo vai ser diferente: tens de ter noção que a maioria das pessoas que vão provar os teus cocktails não fazem parte deste mundo. Como tal, tens de verificar o que "faz falta" para teres um menu completo composto por drinks que vá dos doces e frutados aos amargos, passando também pelos cítricos.
- Como consegues transpor as tuas ideias e conceitos para o copo?
DL - Essa parte pode ser fácil e difícil ao mesmo tempo. Todo o processo requer muito trabalho de pesquisa para criar um conceito “firme”, mas depois tudo aquilo que concebemos na nossa cabeça pode não resultar na prática, e somos obrigados a recuar uns quantos passos.
No fundo, não há nenhum guião que siga, porque acabamos sempre por ajustar uma coisa ou outra para que o resultado final seja o pretendido.
- Sabemos que em competição tudo tem o seu élan, conceito e história. Posto isto, como começou o processo de criação do "Infante" ?
No fundo, não há nenhum guião que siga, porque acabamos sempre por ajustar uma coisa ou outra para que o resultado final seja o pretendido.
DL - “O Infante” surgiu porque eu quis fazer um cocktail onde ligasse o Mar e Terra.
- Qual a história ou a mensagem por trás do mesmo?
DL - Inspirei-me no poeta Fernando Pessoa, que no poema ortónimo (com o mesmo nome que adoptei para a minha criação) incluído na “Mensagem” menciona o que eu quis retratar – “(…)Deus quis que a terra fosse toda uma, Que o mar unisse, já não separasse.(…)” – e no Surf and Turf (prato principal que combina uma proteína do Mar e outra da Terra).
Com isto em mente, fui buscar o Chouriço e a Sardinha, dois produtos humildes e tipicamente portugueses, que fazem parte da minha alimentação desde que me lembro.
Com isto em mente, fui buscar o Chouriço e a Sardinha, dois produtos humildes e tipicamente portugueses, que fazem parte da minha alimentação desde que me lembro.
- Sem ser O gin Tanqueray Nº10 e a vodka Ketel One, não querendo desvendar nenhum segredo, quais os ingredientes chave que o torna único?
DL - “O Infante” tem apenas quatro ingredientes: Tanqueray N° Ten de Chouriço, Ketel One de Sardinha, Colheita Tardia e Dashi Português. Se eu retirar qualquer um destes ingredientes deixa de ser um cocktail equilibrado, todos eles são a chave crucial.
- Qual a tua motivação para teres participado neste desafio da "World Class"? Já tinhas participado noutros desafios? Como tem sido o teu percurso de barman e como é que este influencia as tuas criações?
DL - Eu sempre quis participar nesta competição, este ano surgiu a oportunidade e os temas são fantásticos. As "técnicas de cozinha" e "sustentabilidade” são temas que já fazem parte do quotidiano de qualquer pessoa que trabalhe no Red Frog.
Já participei noutros desafios diferentes, cada um deles ajudou-me a melhor e a aprender com os meus próprios erros.
O meu percurso como barman tem sido num sentido único: trabalho, estudo, erro e aprendo todos os dias com as pessoas com quem trabalho e lido diariamente.
Já participei noutros desafios diferentes, cada um deles ajudou-me a melhor e a aprender com os meus próprios erros.
O meu percurso como barman tem sido num sentido único: trabalho, estudo, erro e aprendo todos os dias com as pessoas com quem trabalho e lido diariamente.
- Para terminar onde é que podemos provar esta e outras criações da tua autoria?
DL - Podem vir de segunda-feira a sábado à Rua do Salitre 5A e tocar à campainha por debaixo do grande sapo vermelho, que diz "Press for Cocktails", não só para provar cocktails da minha autoria, mas sim de toda a equipa do Red Frog Speakeasy,. Estamos a entrar na recta final do menu que foi premiado como a "Melhor Carta de Bar" dos prémios do Lisbon Bar Show 2018, por isso corram.