Comida do mundo mas que fala português. Este é o conceito do Geographia, um restaurante que é um verdadeiro tributo à cultura, gastronomia, em especial, à língua portuguesa. Situado no nº1 da Rua do Conde, ali a paredes meias com a Rua das Janelas Verdes, este espaço leva-nos a viajar através de uma seleção de pratos que não sendo nossos, também o são. Partilha de ingredientes e de técnicas culinárias, que se traduzem num conjunto de sabores intensos que evoca a fusão de culturas e tradições dos portugueses com o mundo.
O nome Geographia, com a grafia de outrora pretende levar os clientes num regresso à época em que Portugal estabelecia relações diplomáticas, económicas, políticas, sociais e comerciais pelos quatro cantos do mundo. Quanto à escolha da imagem recaiu sobre o desenho de Albrecht Dürer do rinoceronte Ulisses, um símbolo do cruzamento de culturas de expressão portuguesa. O animal foi oferecido pelo Sultão do Gujarat ao governador da Índia portuguesa, Afonso de Albuquerque, que o enviou, depois, ao rei Dom Manuel I. Decorria o ano de 1515 e o rei, como forma de manter as concessões papais de posse exclusiva das novas terras que as forças navais exploravam no Extremo Oriente, decidiu oferecer o rinoceronte ao papa Leão X.
A experiência de serviço, ambiente e decoração, traz ao presente o mundo mágico das viagens de descoberta, sejam as epopeias de outrora ou as que hoje fazemos ou sonhamos fazer. No menu estão presentes pratos com origem e influências vindas de Angola, Brasil, Cabo Verde, Goa, Macau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor Leste.
A carta está devidamente bem divida entre entradas, carnes e peixes, mas os vegetarianos/veganos não foram esquecidos. Pratos como os dim sum de Macau, a salada morna de Timor, a sopa de peixe com maionese de garam masala de Goa, o caril de legumes e de camarão também desta região, o escondidinho de carne com puré de mandioca do Brasil, a muamba de Angola, o polvo de Portugal e a galinha do campo com amendoim de Moçambique são pratos que têm mesmo de ser provados.
Já nas sobremesas as nossas sugestões vão para o guloso quindim com sorvete de manga, para a mousse de chocolate de são Tomé com o seu salame ou para o melhor pão de ló do universo com coulis de frutos vermelhos. Três das seis opções da carta.
No copo, além dos cocktail de assinatura com bebidas também elas viajadas e onde não falta o grogue de Cabo Verde, aqui no versão de mojito, os vinhos são algo que não podemos perder. Selecionados para o menu, de pequenos produtores nacionais, seguem o conceito definido pelos pratos presentes no menu, e reforçam a experiência da descoberta.
Para completar a experiência, a música que se escuta tem a curadoria da empresa especializada em marketing sensorial, Mufyn, que acompanha cada almoço ou jantar num tom próprio.
Aberto de segunda a sábado das 12h30 às 15h e das 19h30 às 23h30, o Geographia é sem dúvida daqueles restaurantes simples e honestos que vale a pena conhecer.