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Vinhos a não perder

Estamos em Dezembro e aproxima-se a altura em que passamos mais tempo à mesa em família e união. Momentos de partilha nos quais os bons vinhos não podem faltar. Partilhamos convosco aqueles que para nós não podem faltar nas vossas mesas neste período de festas.


Com o granito do Dão na alma, Quinta dos Carvalhais ÚNICO 2015 foi "moldado" com a paixão e o saber de Beatriz Cabral de Almeida, resultando num vinho singular, delicado e simultaneamente renovado e autêntico. Um tinto fiel à personalidade do Dão. É a terceira edição do topo de gama da Quinta dos Carvalhais – sucedendo às colheitas de 2005 e 2009 – e tem a particularidade de ser produzido apenas em anos de qualidade excecional, quando a Natureza assim o permite. Perfeita exaltação da Touriga Nacional (88%), Alfrocheiro (6%) field blend (6%), para Beatriz Cabral de Almeida, enóloga responsável pelos vinhos da Quinta dos Carvalhais, este novo Único “transmite toda a pureza agreste da região, expressando a dedicação e o amor da equipa de enologia e viticultura a este lugar e à sua identidade. Exprime longos anos de aprendizagem e, como numa típica vindima do Dão, o contributo de cada casta e do terroir que o influencia. É um abraço ao Dão”. Com notas de fruta preta e fruta silvestre, nuances resinosas, aromas de floresta, musgo, pinheiro, sous-bois e um toque mentolado muito fresco, a delicadeza do Quinta dos Carvalhais Único 2015 está patente tanto na cor como nos aromas. De ataque firme e definido, com taninos polidos, num corpo fresco, elegante e envolvente, é a expressão exata do terroir da Quinta dos Carvalhais, cuja complexidade aromática se confirma na boca, complementada com alguns toques florais que perduram num final volumoso, delicado, longo e persistente. Estamos perante um tinto que convida à mesa, com uma elegância e frescura que lhe confere versatilidade. Com um teor alcoólico de 14,5% tanto poderá acompanhar um polvo à lagareiro, como um cachaço de porco assado no forno ou até um arroz caldoso de entrecosto. Deverá ser servido entre os 15º e os 17º para melhor expressar toda a sua elegância e personalidade.


Do Dão para o Alentejo o mais recente lançamento da família Serrano Mira com o seu Herdade das Servas Touriga Nacional Tinto 2015. Um vinho apresentado sob a chancela da marca topo de gama, que coincide com o nome da propriedade vitivinícola, situada a escassos quilómetros da cidade de Estremoz e pertença da família Serrano Mira cuja ligação à produção vitivinícola no Alentejo data desde 1667. Herdade das Servas Touriga Nacional Tinto 2015 é um tinto que, como o nome indica, é feito a partir de uma das variedade mais nobres do país, a Touriga Nacional. Neste caso concreto, plantada em vinhas de um Alentejo de altitude – e, por isso, com mais frescura –, em solos vermelhos, derivados de calcários pardos ou cristalinos, com manchas de xisto, beneficiando de um clima mediterrâneo com elevadas amplitudes térmicas e Verões quentes e secos. É um vinho límpido, de um vermelho violeta profundo, com aromas de groselha, amora, figo, chocolate, pimenta e notas florais de violeta. Revela-se complexo, volumoso e fresco, com tostados de barrica de carvalho e taninos ricos, um conjunto de características resultantes do estágio de um ano em barricas novas, de carvalho francês, e de segundo ano, de carvalho francês e americano. O final de boca é persistente, mostrando todo o potencial de guarda e envelhecimento, a indicar que é um vinho que pode durar entre 20 e 30 anos. Com um teor alcoólico de 15% é a companhia ideal para pratos de carnes vermelhas e de caça, queijos intensos e enchidos. Aconselha-se a decantação antes de ser servido.


Subimos agora ao Douro para uma opção mais tradicional. Casa Ferreirinha Callabriga Tinto 2016 é um vinho de perfil contemporâneo, intenso e elegante, criado para reflectir a versatilidade e a actualidade apaixonante dos vinhos do Douro. Callabriga é um dos mais inovadores vinhos da Casa Ferreirinha, a marca com maior tradição em vinhos de qualidade no Douro e uma das suas maiores referências mundiais. De cor rubi profunda., apresenta aroma intenso e complexo com notas florais, de fruta tropical, frutos pretos e vermelhos e especiarias. A madeira de grande qualidade encontra-se bem integrada, contribuindo para a complexidade aromática. Na boca, apresenta bom volume, com excelentes taninos redondos e óptima acidez. Destaque para os aromas a frutas vermelhas e tropicais, bem como notas florais e a cacau, fruto de uma excelente maturação. Final longo e elegante. Com um teor alcoólico de 13,5% é ideal para acompanhar carnes e peixes no forno, como peru ou bacalhau.


De regresso ao Alentejo para falar do Herdade do Peso Reserva 2015. Um vinho de grande qualidade, complexo e elegante, produzido apenas em anos excecionais, que concentra em si toda a grandeza e vivacidade dos vinhos do Alentejo. Herdade do Peso é a marca que revitaliza a essência do Alentejo mais profundo, trazida à superfície pela ciência e know how da Sogrape Vinhos, e que se descobre numa gama de vinhos sofisticados, cujos sabores, aromas e cores nos fazem lembrar a vida no seu melhor, tal como a região onde nascem. Cor vermelho-granada muito intensa. Grande complexidade aromática dominada por componentes de frutos vermelhos e pretos muito maduros (amora, framboesa e ameixa preta), enriquecidos por notas especiadas e balsâmicas (pimenta, mentol e tabaco). Denso na boca, com taninos estruturantes de grande qualidade, acidez equilibrada e final intenso, longo e complexo. Com um teor alcoólico de 14,5% vai bem com pratos de carne, ou de culinária mais elaborada.


Terminamos no Douro com o Três Bagos Grande Escolha “Estágio Prolongado” Tinto 2008. Para inverter a tendência de consumo de vinhos demasiado jovens, a cada colheita em que a Lavradores de Feitoria lançava um ‘Grande Escolha’, ia guardando – na sua adega, por isso em perfeitas condições de temperatura, humidade, luz e repouso – algumas garrafas, que anos mais tarde optou por relançar como edição especial. Fê-lo porque acreditou no potencial de envelhecimento dos vinhos. É a segunda vez que esta categoria sai da adega; a primeira foi com o ‘Três Bagos Grande Escolha tinto 2005’. Uma iniciativa com uma componente didáctica, na medida em que põe à prova, lado a lado, vinhos com idades bem distintas, mas que têm como ponto de partida o mesmo perfil. A Lavradores de Feitoria pode assim mostrar, de forma prática, quão longevos são estes vinhos. O vermelho intenso e profundo é só o início desta viagem sensorial por um Douro de carácter. No nariz, este ‘Três Bagos Grande Escolha Estágio Prolongado Tinto 2008’ revela-se cheio e complexo, a denotar fruta madura, a lembrar amora e groselha, bem como frutos secos, características resultantes da evolução em garrafa. A madeira está bem integrada, tornando-o um vinho elegante e poderoso. Na boca, é muito saboroso e encorpado. Com taninos presentes, mas muito suaves e aveludados. Mostra-se longo, com um final persistente e manifesta uma enorme longevidade, devido ao seu equilíbrio. Com um teor alcoólico de 14% é ideal para degustar com pratos de caça ou mais pesados.