No ano em que festeja os 25 anos de existência, o Super Bock Super Rock regressa ao cenário onde já foi muito feliz. Três dias de Música num ambiente descontraído e junto à praia do Meco, a minutos de distância a pé da Lagoa de Albufeira. Um local conhecido pelas praias e frequentemente associado a momentos de descontracção, em férias ou fins de semana, e também um ponto de referência para os milhares de amantes de Música que, no passado, assistiram a inúmeros concertos históricos na Herdade do Cabeço da Flauta. Mas uma novidade nunca vem só e com o anuncio do regresso ao Meco chega também os primeiros nomes do cartaz.
O primeiro nome confirmado estreou-se em Portugal no Super Bock Super Rock em 2012, também no Meco, e o regresso está marcado para o dia 18 de julho de 2019. Lana Del Rey nasceu Elizabeth Woolridge Grant, mas uma confiança no misterioso poder da arte fez com que viesse a viver outras vidas dentro da sua, como a vida de Lana Del Rey, uma das personagens pop mais fascinantes dos últimos anos. Um tio ensinou-a a tocar guitarra; na universidade estudou metafísica. E não é preciso dizer muito mais – eis elementos mais do que suficientes para explicar a formação da artista. Como acontece com tantos outros, a guitarra foi uma espécie de arma apontada a si própria para que se obrigasse a soltar os sentimentos que estavam presos dentro de si.
É a rapariga dos dias de hoje e da casa ao lado, aquela que encontramos no café da cidade, a ler um livro ou distraída com os seus próprios pensamentos, e é, ao mesmo tempo, aquela rapariga que nos faz querer viver num outro tempo, encantados com um glamour que não se fica pelo filtro retro que aplicamos às nossas fotografias: aqui trata-se mesmo de um diálogo genuíno com as referências do passado, musicais ou cinematográficas (quem se lembra dos filmes de James Bond?), sem nunca deixar de habitar a sua própria personalidade artística, lânguida e delicada, sempre convincente e identificada com uma estética americana bem familiar a todos nós. E assim nos convencemos de que meter o "hipster" dentro do "pop" não tem de ser uma má ideia, esquecendo até um certo sentido pejorativo de cada uma destas palavras – e já só a querer saber da música. É essa a magia de Lana Del Rey.
Depois de um início de carreira brando, 2012 trouxe um fenómeno chamado "Born To Die", um disco que conquistou o coração de toda a gente, tanto do público como da crítica, batendo recordes e garantido os primeiros prémios para a cantora americana. Canções como "Video Games", "Blues Jeans" ou "Born To Die" fizeram com que meio mundo se apaixonasse pelo balanço desta voz e esse ano ainda viria a trazer o EP "Paradise", com o estrondoso single "Ride". Os convites do mundo da moda e da representação nunca fizeram com que se distraísse da música, continuando a editar discos tão bons como "Ultraviolence" (2014), "Honeymoon" (2015) ou "Lust For Life" (2017). Em 2019 espera-se um outro, "Norman Fucking Rockwell", e o público do Super Bock Super Rock vai estar na linha da frente do Palco Super Bock para receber estas novidades.
Já se sabe que os ingleses são de confiança quando o assunto é entregar pop/rock feito com bom gosto, e Manchester é uma cidade que já traz consigo um selo de qualidade a esse nível. Os 1975 identificam-se com essa boa tradição britânica e são um dos projetos mais cativantes dos últimos anos. A escolha do nome não foi fácil (antes foram Talkhouse, The Slowdown, Bigsleep, Blind Tapes, Drive Like I Do...), mas acabaram por ficar 1975, um nome que parece combinar com o espírito da banda. O talento vem de Matthew Healy, Ross MacDonald, Adam Hann e George Daniel. O sucesso começou dentro do Reino Unido, mas as canções são tão boas que não demorou muito até que temas como "The City", "Chocolate" ou "Sex" conquistassem os corações indie de todo o mundo. A estreia em formato longa duração chegou em 2013, com o lançamento do disco homónimo. Em 2016, e depois de muita estrada, o segundo disco, "I Like It When You Sleep, for You Are So Beautiful Yet So Unaware of It", viu a luz do dia. Este é um registo que que mostra o à-vontade da banda na manipulação de diferentes linguagens, indo do pop ao r&b sem perder a identidade, passando até por temas mais emocionais (e até comoventes) como "Nana" ou "She Lays Down". O ano de 2018 trouxe mais um disco para os 1975: "A Brief Inquiry Into Online Relationships". O sentido crítico está lá, cada vez mais afiado, e o ecletismo musical também, cada vez mais integrado na própria cosmovisão destes ingleses. A crítica está rendida – a exigente Pitchfork deu-lhe a classificação de 8.5/10, a revista Time coloca-o no seu top 10 de discos do ano, a DYI dá-lhe 5/5 descrevendo-o como "um retrato bombástico e imaculadamente construído da vida moderna", para destacar apenas alguns – e as canções, essas, continuam uma maravilha, apesar dos riscos – basta ouvir "Love It If We Made It" ou "Sincerity Is Scary" para querer ouvir tudo o resto. E no dia 18 de julho, no Super Bock Super Rock, não há como querer outra coisa.
Joe Mount, o líder dos Metronomy, não foi sempre a estrela indie que hoje conhecemos. Começou por ser um jovem de 25 anos, a tentar ser cool a todo o custo (e sem sucesso) e sem grandes expectativas de vida. As boas canções também nascem de circunstâncias deste género, e Joe Mount sempre foi bom a despertar emoções nos outros, até quando se começou a apresentar como DJ em certos clubes de Brighton. Seguiram-se outros projetos, mas o sucesso só chegou com os Metronomy. "Pip Paine (Pay the £5000 You Owe)", o disco de estreia, passou despercebido, mas Joe Mount continuou a explorar o estúdio, empenhado em casar a eletrónica com a pop, quase sozinho e inspirado por nomes como Prince. "Night Out", o segundo disco, ainda não correspondeu a uma explosão de popularidade ao nível do talento de Joe, o que só viria a acontecer com "The English Riviera", editado em 2011. Os arranjos mais pop de composições como "The Look" e "Everything Goes My Way", conquistaram o público e a crítica e colocaram os Metronomy na linha da frente das bandas indie com vocação para as pistas de dança. "Love Letters" seguiu o mesmo bom caminho e o último disco, "Summer 08", editado em 2016, marca a chegada à idade adulta, com a coragem de abordar as sombras do passado, mas sem nunca perder a leveza que os caracteriza. Com muita memória e enamorado pela riqueza pop dos anos 80, a ironia britânica das letras não deixa o corpo imóvel: o convite à dança é subtil, mas irresistível. "Old Skool", "Hang Me Up to Dry" e "Back Together" são canções para fixar, dançar e pedir já no dia 18 de julho de 2019, na próxima edição do Super Bock Super Rock.
O primeiro lote de bilhetes está hoje à venda na Blueticket e locais habituais, com o passe de 3 dias ao preço do 105€ e o bilhete diário a 55€.