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Charlotte Gainsbourg/Cat Power/Masego/Profjam/Calexico and Iron & Wine e Migos no Super Bock Super Rock

Os melómanos do país já estão em contagem decrescente para mais um Super Bock Super Rock. De 18 a 20 de julho, o mítico Festival português está de regresso ao Meco, Sesimbra, num ambiente que convida à festa e à partilha. O mais importante, no entanto, continua a ser a música. E depois da confirmação de Lana Del Rey, há mais uma senhora que promete trazer muito talento, classe e charme a Portugal no dia 19 de julho: Charlotte Gainsbourg.


Não há dúvidas de que o sucesso de Charlotte Gainsbourg se deve exclusivamente ao seu talento, mas há uma questão genética que não se deve menosprezar: quando se é filha de Jane Birkin e Serge Gainsbourg, difícil seria não nascer com a cabeça virada para a arte. E a melhor descrição da cantora vem precisamente da mãe: olhar para Charlotte "é como contemplar as águas calmas de um lago sob o qual, de alguma maneira, se consegue antever um movimento de tumulto e agitação". Charlotte é assim: somos embalados por uma aparente suavidade ao mesmo tempo que somos surpreendidos por uma tensão emocional só ao alcance dos melhores intérpretes. Começou por se notabilizar como atriz, uma das melhores da sua geração, mas a música não chegou em segundo – esteve sempre presente no seu percurso, desde os 13 anos, altura em que gravou a sua estreia, "Charlotte For Ever", um registo em que interpreta músicas escritas pelo pai. Os anos seguintes foram dedicados ao cinema, com prémios e papéis memoráveis, o que fez com que Charlotte só voltasse à música em 2001, quando interpretou "What It Feels Like for a Girl" de Madonna... A partir daí, a sua vontade fazer música começou a crescer cada vez mais e começou a preparar o disco "5:55", que viria a sair em 2006, com letras de Jarvis Cocker e Neil Hannon. O público e a crítica ficaram sem dúvidas: estávamos diante de alguém com a sua própria voz, apesar de todas as referências. A experiência de "5:55" foi tão boa que Charlotte não demorou muito até regressar a estúdio, desta vez com a ajuda de Beck. O resultado foi "IRM", o seu terceiro disco, editado em 2009. Recebeu mais elogios um pouco de todo o lado, viajou pela Europa a apresentar o disco e, entretanto, regressou ao cinema. "Confession of a Child of the Century" e "Nymphomaniac" são dois dos  filmes que protagonizou nos últimos anos. O seu regresso aos discos deu-se em 2017 com a edição de "Rest". Charlotte Gainsbourg ofereceu-nos mais um punhado de canções adultas sobre a perda, a morte, o medo e toda uma série de conflitos intimistas. Este disco tem referências mais diversas do que qualquer outro da cantora, inclusive literárias (Sylvia Plath), e conta com as participações de Sebastián, Paul McCartney, Owen Pallet, Guy-Manuel de Homem-Christo, dos Daft Punk, entre muitos outros. É impossível resistir ao charme de canções como "Rest" ou "Deadly Valentine", alguns dos temas que vão conquistar o coração do público português, no próximo Super Bock Super Rock. Charlotte atua dia 19 de julho, no Palco EDP.


Charlyn Marie Marshall é Cat Power para o mundo da música – um mundo que não fica indiferente às suas canções já há mais de 20 anos. O pai era um pianista focado no blues e o padrasto tinha uma coleção de discos invejável, cheia de soul e rock. Estas influências fizeram com que a jovem Marshall começasse a escrever as suas canções bem cedo, contra as indicações dos pais – os verdadeiros amantes da música conhecem os perigos da sua paixão... E a primeira apresentação pública mais a sério deu-se num pub em Brooklyn, algures entre 1992 e 1993, já sob o nome de Cat Power. A partir daí, começa a desenhar-se um dos percursos mais interessantes dos últimos trinta anos de música indie. Nesses primeiros anos, conheceu referências como Liz Phair, Steve Shelley (Sonic Youth) e Tim Foljahn (Two Dollar Guitar), nomes que logo a encorajaram a gravar as primeiras canções e, consequentemente, também os primeiros discos. "Dear Sir" (1995) e "Myra Lee" (1996), gravados num só dia, em Nova Iorque, já nos diziam muita da personalidade artística de Cat Power. O talento era mais do que evidente e surgiu o convite para assinar com a editora Matador e gravar aquele que seria o seu terceiro disco: "What Would the Community Think". A ansiedade de Cat Power fez com que se mudasse para a Carolina do Sul e desse um tempo à música. E esse hiato só foi interrompido à conta de um pesadelo, um sonho inquietante que foi também uma espécie de visão do seu disco seguinte. "Moon Pix", editado em 1998, apareceu-lhe em sonhos e foi impossível dizer que não a esse chamamento. Cat Power estava de regresso e esse registo parecia mais adulto e polido do que os anteriores, uma tendência que veio a confirmar-se nos discos seguintes, "You Are Free", com as participações de Eddie Vedder e Dave Grohl, e "The Greatest", provavelmente o disco mais bem sucedido até então. A ansiedade e a depressão foram fantasmas que continuaram a pairar sobre a vida de Cat Power e, por isso, também sobre as suas canções, pelo menos até "Sun", editado em 2012, aquele que é o disco mais luminoso da carreira da cantora. E seis anos depois, Cat Power regressou aos discos como com "Wanderer". Editado em 2018, este disco é uma espécie de síntese de todos os anteriores, voltando a fórmulas que conhece bem, ao mesmo tempo que entra em diálogo com aquilo que de melhor se vai fazendo no presente. "Woman", com Lana Del Rey, é uma das faixas obrigatórias. E, curiosamente, as duas vão passar pela próxima edição do Super Bock Super Rock, dia 18 de julho, no Palco Super Bock. Cat Power também vai estar no Meco para dar o seu testemunho de música autêntica. 


Com sangue jamaicano e nome sul-africano (quer dizer bênção), Masego é, de facto, uma bomba de cultura e de criatividade. A sua música é uma espécie de "TrapHouseJazz", assim mesmo, tudo junto, com o próprio a define, e tem influência de nomes como Pharell, Michael Jackson, Jamie Fox, John P. Kee, Andre 3000 ou Cab Calloway. Apesar de se sentir muito à vontade quando busca inspiração noutras décadas, Masego é um artista do seu tempo, e, como tal, começou por dar nas vistas no YouTube e no Souncloud, combinando os melhores beats com o som do seu saxofone, e uma voz cheia de alma. E o resultado destas primeiras experiências nas plataformas digitais foi o EP "The Pink Polo", que contou com a preciosa colaboração do produtor texano Medasin e que acabaria por resultar numa digressão que levou Masego a países como o Japão, França, Inglaterra e Alemanha. O álbum de estreia, editado em 2018, chama-se "Lady Lady", concentra-se na figura da mulher e de todos os seus encantos, e confirma as melhores expectativas em relação a Masego, revelando um artista sofisticado, eclético e capaz de conduzir o público português por uma viagem musical inesquecível, cheia de jazz e de charme, que depois de uma passagem apoteótica pelo Super Bock em Stock, está agora marcada para a próxima edição do Super Bock Super Rock. Dia 20 de Julho, no Palco EDP.  


Em miúdo decorava as letras de Eminem e Jay-Z, sem ainda perceber bem o seu significado. Hoje afirma-se como um dos principais nomes a seguir no hip hop português. ProfJam sempre gostou de "encaixar rimas" e começou a gravá-las lá para 2008. Enquanto newcomer em 2014, acabou por dar nas vistas na Liga Knock Out e esse talento provou-se mais uma vez com o lançamento da mixtape "The Big Banger Theory". Em março de 2016, criou a sua própria editora, Think Music Records, e lançou o seu mais recente trabalho, "MIXTAKES", um registo que é marcado pelo sucesso do single "Queq Queres". Depois de estudar a lição em Londres no curso de produção e engenharia musical da SAE (School of Audio Engineering), ProfJam voltou a Portugal e tem vindo a protagonizar momentos incríveis nos melhores palcos nacionais. Em 2017 editou singles como "Xamã", que conta com mais de 2 milhões de visualizações, e "Mortalhas", com mais de 900 mil visualizações. Outra prova do seu sucesso e reconhecimento artístico são também os convites para participações no trabalho de outros. O single "Pensa Bem" dos D.A.M.A conta mais de 4,5 milhões de visualizações. Neste momento, ProfJam prepara uma nova fase da sua carreira e, para já, o ano de 2019 promete ficar marcado por um projeto em colaboração com o produtor Lhast, que tem data de lançamento marcada para 8 de março. Temas como "Água de Coco" deixam já boas indicações e justificam exemplarmente a transição de ProfJam do Palco EDP, onde atuou na edição de 2018 do Super Bock Super Rock,  para o concerto deste ano no Palco Super Bock, do Super Bock Super Rock, dia 20 de julho.


Sam Beam é Iron & Wine para o mundo da música. O seu indie intimista tem conquistado o público de todo o mundo, com letras introspetivas e uma voz que dá corpo a essa atmosfera. O primeiro disco, "The Creek Drank the Cradle", editado em 2002, transformou-se rapidamente num clássico lo-fi. A música de Sam Beam tem influências de nomes como Nick Drake, Simon & Garfunkel, Elliott Smith ou Neil Young, mas ninguém é capaz de pôr em causa a assinatura original da música da Carolina do Sul. Por outro lado, os Calexico têm nome de uma cidade que está na fronteira entre o México e a Califórnia, e, de alguma maneira, isso faz sentido quando ouvimos a música do coletivo liderado por Joey Burns e John Convertino. Influenciados pela banda sonora de alguns westerns, música Mariachi e até jazz, os Calexico propõem um som muito seu, sem grande paralelo no cenário rock norte-americano. Discos como "Feast of Wire" e "Carried to Dust" são absolutamente obrigatórios. 
E aquele que podia parecer um dueto improvável entre estas duas sensibilidades artísticas, transforma-se num dos momentos mais interessantes da música alternativa na primeira década do século XXI. Em "In The Reins", o EP editado em 2005, não há uma canção a mais e tudo parece fazer sentido. As vozes de Sam Beam (Iron & Wine) e de Joey Burns (Calexico) dão forma a estas grandes canções – e fica-se com a clara sensação de que só poderiam mesmo ser estas, habituadas à melancolia e ao cuidado com as palavras. Essa melancolia, sempre explorada ao longo da carreira de Iron & Wire, recebe aqui uma tonalidade mais quente com o contributo dos Calexico. Há jazz, há country, há rock, há pop, talvez até haja ecos de música mexicana, mas tudo chega a nós de maneira suave e orgânica, como se este projeto fosse de uma só banda. A revista britânica MOJO acerta em cheio quando escreve que "o deserto encontra o pântano" ao longo dos sete temas deste disco. O público ficou rendido desde o primeiro momento, a crítica também (a Pitchfork deu-lhe 8.5), e agora chegou o momento de matar saudades destas canções, também ao vivo. Pela primeira vez em 14 anos, Calexico and Iron & Wine voltam a estar juntos para tocar canções como "History of Lovers" e "Red Dust". Em Portugal, a data já está marcada: dia 19 de julho, no Palco EDP do 25º Super Bock Super Rock.


Formado por um grupo de três amigos, Quavo, Takeoff e Offset, os Migos são um dos projetos mais interessantes do hip hop (e do trap) produzido hoje em todo o mundo. Enquadrados na melhor tradição sulista de hip hop norte-americano e influenciados por nomes como Outkast e Hot Boys, o trio de Atlanta teve uma ascensão meteórica, desde o momento em que os três amigos começaram a fazer música, algures em 2009, sob o nome de Pólo Club. O nome Migos só apareceria mais tarde, em 2010. Em 2012 lançaram a sua primeira mixtape, "No Label", e um ano depois chegaram aos ouvidos de uma multidão graças ao single "Versace", que viria a ser um dos temas desse ano, ao ponto de 'ganhar' um remix de Drake. Depois de "No Label II", a segunda mixtape, chegava a altura de se estrearem em disco, com "Yung Rich Nation", um registo muito bem recebido, tanto pelo público, como pela crítica. E, nesse mesmo ano de 2015, os Migos destacaram-se com o single "Look at My Dab", um autêntico fenómeno de dança que rapidamente se tornou viral em todo o mundo. Apesar do sucesso, o trio manteve a ambição e começou a preparar uma trilogia. A primeira parte de "Culture" saiu em 2017 e logo alcançou o primeiro lugar na tabela Billboard 200. O sucesso não foi apenas comercial: o disco também lhes valeu a nomeação para um Grammy. "Culture II" viu a luz do dia em 2018. O disco conta com as colaborações de nomes tão relevantes como Pharrell Williams, Zaytoven, Murda Beatz, Metro Boomin e até Kanye West. "Supastars" e "Stir Fry" são alguns dos temas mais fortes do álbum, capazes de tornarem hits à escala mundial – ou seja, estas canções vão soar bem familiares a todos os que marcarem presença frente ao Palco Super Bock, no dia 20 de julho, para testemunharem esta estreia tão aguardada nos palcos portugueses. A terceira e última parte da trilogia "Culture" está quase a sair e esse será, certamente, mais um dos motivos de interesse para o concerto dos Migos, a não perder, no Super Bock Super Rock.

Os bilhetes já se encontram à venda nos locais habituais com o segundo lote a ter um preço de 58€ a diária e de 110€ o passe de 3 dias. Existe também um fã pack exclusivo FNAC e de quantidade limitada com o valor de 95€.