Bienvenidos a Peru. Esta podia muito bem ser a frase “bandeira” a aplicar no nº32 da Rua de São Paulo. É numa das ruas mais concorridas do Cais do Sodré que Diego Muñoz e José Avillez fazem as delícias de todos aqueles que são fãs da comida Andina sem se sair de Lisboa.
São mais ou menos 9000 os quilómetros que separam Lisboa de Lima mas no que diz respeito à gastronomia basta descermos ao Cais do Sodré e deixar-nos levar por uma cozinha peruana contemporânea, que nasceu de uma grande amizade entre Diego e José desde que trabalharam juntos no El Bulli, mas que só em 2016 quando Diego veio viver para Portugal, e se apaixonou por Lisboa, é que este conceito começou a ganhar forma.
Comida honesta e de partilha, onde acima de tudo o sabor está presente em cada prato e cada garfada dada. Receitas íntegras e que vão buscar as origens não só ao receituário nobre mas também à gastronomia de rua e daqueles que menos posses têm para se alimentarem.
Mas antes de nos sentarmos à mesa e começarmos esta viagem fazemos uma paragem no Pisco Bar e bebemos um cocktail. Pisco, a bebida destilada à base de uva e original do Peru e Chile, é a estrela da barra que senta cerca de meia dúzia de pessoas num ambiente descontraído e de onde saem os Pisco Sours mais falados de Lisboa. Além deste clássico, podemos também beber Chilcanos, cuja base também é Pisco mas onde o gengibre dá uma frescura extra, bem como Los Exploradores onde clássicos são revisitados com um toque extra, ou mesmo as criações da casa fazem as delicias aos palatos mais exigentes.
Passemos então à mesa. Crudos, frituras, brasas, wok e dulces, é esta a maneira como a carta está dividida. Os crudos são a homenagem aos peruanos da costa, os que residem junto ao mar. Tiraditos e ceviches estão bem presentes e são a maneira ideal de preparar as papilas gustativas para o festim que se segue. Frescura, acidez e picância q.b. é o que se pretende para abraçar o pescado de qualidade que nos é servido. Seguem-se as frituras ideais para partilhar. Gambas em tempura como molho tártaro; batatas recheadas com rabo de boi; empanadas de frango em molho de aji amarelo são alguns dos exemplos que temos à disposição. Difícil vai ser escolher por onde começar.
Das brasas chegam os aromas das churrasqueiras de rua de Lima. Pequenas espetadas cheias de sabores únicos nos quais dá vontade de viver. Marinadas, molhos diversos, carnes e peixes, sem esquecer molejas e corações de boi. Tudo levemente grelhado para que nada passe do ponto e nos deixe a salivar a cada dentada. A herança asiática sente-se no Wok, onde pratos menos nobres mas de sustento nos são apresentados quase na sua maneira original. Arroz, farinhas, feijões, sobras de carne, ovos, tudo serve para fritar no wok e transformar sobras em pratos intensos e deliciosos.
Quatro momentos, vinte pratos, mesmo a partilhar é difícil comer tudo. A pensar nos mais aventureiros Diego pensou num menu equilibrado. A viagem leva-nos um pouco por toda a carta em pratos devidamente selecionados pelo chefe e onde tudo o que precisamos de saber gastronomicamente sobre o Peru está presente. São 6 pratos para duas pessoas e ainda uma deliciosa sobremesa para terminar a partilha em grande.
A Cantina Peruana está aberta de terça a sábado das 19h às 24h, sendo que à sexta e sábado abre também para almoço das 12h30 às 15h00 e tem um menu composto por um crudo ou uma fritura mais um wok já com bebida incluída por 18,50€. O valor médio dos cocktails rondam os 9€ e de uma refeição com quatro pratos os 50€, para duas pessoas sem bebida. O menu viagem tem o custo de 70€ para dois sem bebida, sendo que é composto por seis pratos mais uma sobremesa.
Recomendamos reserva para o 215842002.
Bom apetite.