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Vinhos a não perder

Já estamos a meio de outubro, mês em que as temperaturas deviam começar a baixar, os pratos quentes e pesados a chegar às mesas e os tintos nacionais a regarem as mesmas. Quanto à temperatura não podemos mesmo fazer nada, mas o resto só depende de nós. Partilhamos convosco os tintos que nos têm enchido as medidas e esvaziado os copos.



Situada em São João da Pesqueira e com uma localização privilegiada, a Quinta de Cidrô é uma propriedade de grande antiguidade e tradição. Foi adquirida pela Real Companhia Velha em 1972, altura em que se iniciou um vasto programa de requalificação ao nível dos vinhedos mas também do património urbano, através da recuperação do Palácio e jardins envolventes. Mas chega de história, estamos aqui para falar do Quinta de Cidrô Pinot Noir tinto 2014. Após uma cuidadosa selecção nas parcelas desta casta, o estágio ocorre por um período de 12 meses em barricas de carvalho francês, sendo 30% madeira nova. De cor rubi, este é um Pinot Noir com muita elegância e finesse, a revelar notas típicas de cereja e groselha harmoniosamente integradas com nuances de baunilha. Um final de boca longo e frutado, que se aperfeiçoa após umas horas de decantação. Com um volume de 13,5%, é um tinto que vai bem com cabrito ou cordeiro assado no forno.



Da Lavradores de Feitoria chega este Bons Rapazes Reserva tinto 2014. À Touriga Franca, proveniente de uma parcela de vinha do vale do rio Pinhão, lugar do Douro onde esta variedade se revela mais fresca e elegante, juntou-se a Tinta Roriz e a Touriga Nacional, num trio de castas de vinhas com mais de 30 anos. A fermentação foi feita em cubas de inox e lagares de pedra, seguida de um estágio de 50% do lote em inox, 25% em barrica de carvalho francês novas e 25% em barrica de carvalho francês de segundo ano, durante 12 meses. Resultado: o seu conjunto confere uma cor vermelha viva e profunda a este tinto. No nariz, revela-se muito aromático e elegante, predominando as notas de frutos vermelhos maduros, como a cereja preta e o cassis, graças ao estágio em barrica de carvalho francês de segundo ano, do qual se realçam, ainda, (e em boca) as especiarias. Ao mesmo tempo, denota frescura, tornando-o um vinho equilibrado, de boa estrutura e que promete longevidade em garrafa. Com um volume de 14%, este tinto assume-se como um vinho para a mesa e é bom para acompanhar uma boa feijoada ou um cozido à portuguesa.


Do Douro superior, mais precisamente de Vila Nova de Foz Côa chega este Quinta do Monte Xisto 2015.  Com elevado potencial de envelhecimento, considerando a sua longevidade até 2050, Quinta do Monte Xisto 2015 foi produzido a partir das castas Touriga Nacional, Touriga Franca e Sousão, com 18 meses de estágio em barricas novas e velhas de carvalho francês e austríaco. Em prova, releva corpo, estrutura, potência e intensidade de fruto. Na boca deixa um final forte, solto e expressivamente amigável. Um vinho que é uma autêntica sinfonia ao palato. Com um volume de 13,5% é um vinho bom para pratos de caça ou para acompanhar um bom queijo de cura.


E porque nem tudo o que é tinto, tem de ser um vinho de mesa, terminamos com um generoso. Da Porto Ferreira chega este Vintage Quinta do Porto 2015. Este novo vinho de elevada qualidade, que cumpre todos os rigorosos padrões de exigência a que os Vintage da Ferreira nos têm habituado, surge após um profundo trabalho de requalificação da vinha da Quinta do Porto concretizado pela equipa de viticultura da Sogrape Vinhos nos últimos dez anos. Fruto de uma rigorosa seleção de uvas das castas Touriga Nacional, Touriga Franca, Vinha Velha, Tinta Roriz e Sousão, este Vintage apresenta uma cor vermelha escura muito carregada, quase opaca, e um aroma de boa intensidade e complexidade, com notas de frutos vermelhos e chocolate, resultado de uma boa maturação. Identificáveis são também complexos aromas balsâmicos de resina, cedro e caixa de tabaco. Na boca tem um excelente volume, com presença de taninos firmes mas sedosos. A acidez revela-se bem integrada com notas de frutos pretos e um final longo, de grande elegância. Com um volume de 20%, o seu perfil elegante e complexo combina idealmente com chocolates e queijos intensos.