Kiko Martins não inventou a roda, mas certamente afinou a mesma para que esta rolasse melhor. Depois dos êxitos que são O Talho, a meca dos carnívoros; d'A Cevicheria, que nos introduziu a gastronomia da América Latina; d'O Asiático, que nos levou a viajar para paragens do oriente; e por último d'O Surf & Turf, que casa em perfeição a terra com o mar, chega a vez d'O Watt para nos potenciar uma alimentação saudável, provando que a mesma não tem de ser enfadonha.
Situado na nova sede da EDP, O Watt é provavelmente o restaurante mais bonito do qual Kiko Martins é proprietário. Não desfazendo o bom gosto e decoração aplicado em todos os outros restaurantes, O Watt remete-nos para um cenário quase cinematográfico, onde o bar da entrada serve como introdução a um bom filme que continua na sala de refeição. Onde à noite a pouca luz presente contrasta com a forte luz do exterior do edifício. A pele castanha dos bancos onde nos sentamos abraça as paredes divisórias de cortiça. As fotografias expostas nas paredes, feitas em edifícios da EDP, vivem em comunhão com o teto estilo industrial pintado de preto. Em suma, toda uma decoração pensada e elaborada pelo designer britânico Jasper Morrison, onde também não ficou de fora o fantástico soalho em madeira e os candeeiros de autor que estão em cada uma das mesas.
Mas falemos da cozinha. Regra simples da mesma, gorduras, frituras e açúcares não entram. Crus, ao vapor e grelhados são tão bem vindos que é assim que está disposta a carta, mas já lá vamos. De resto o conceito é o mesmo, bons produtos, boa confeção e os sabores de excelência aos quais Kiko já nos habituou, onde o mundo nos é colocado no prato, mas sempre com a matéria-prima portuguesa. Vamos até à mesa?
Começamos a refeição nos crus, onde as texturas de tomates biológicos e manjericão, servem de "cama" a uma burrata e um "caviar" de balsâmico. Um prato simples, fresco, cheio de sabor e onde o tomate é mesmo tomate. Continuamos com uma proteína. O atum é a estrela principal do "poke", onde as algas, as sementes de sésamo, o abacate e o molho ponzu, completam este prato de inspiração havaiana e que é sem dúvida a melhor das entradas. Para finalizar este início de refeição, provámos da grelha uma entrada vegetariana com cogumelos shimeji, porcini e cantarelos grelhados, um cuscus de couve-flor, avelãs e gema trufada, um equilíbrio de sabores perfeitos onde se destaca o fumado da grelha e a envolvência dos cogumelos com a trufa.
Pequena pausa antes que os pratos principais começassem a chegar e perto de nós avistamos um carrinho de bar. Estivemos tentados a ir ver do que se tratava, mas entretanto a espetada de polvo galega chegou à mesa. Polvo grelhado no carvão, acompanhado de ervilha torta e por uma cevadinha de camarão e mexilhão, de onde se evidenciam os sabores de uma boa paella. Sem dúvida um prato bem concebido onde o mar está presente e muito bem representado. Do mar passamos para a terra e do pescado para a carne. Carré de borrego, grão de bico, espargos, iogurte com záatar e pistachos, compõem o melhor prato que nos foi servido. Este fantástico borrego do médio oriente é uma surpresa a cada garfada. A carne tenra, cozinhada no ponto e com um sabor típico das especiarias orientais, o grão com um ponto de cozedura crocante e a frescura da menta dão a este prato a intensidade e consistência necessária para que ainda hoje o tenhamos na memória.
Chegámos à parte final e também aquela que deu mais trabalho a idealizar pelo Chef Kiko, as sobremesas. O facto de não serem usados açúcares, faz com que tenha de se ir buscar outros elementos doces a algum lado. Sendo assim, surge uma taça de açai em gelado, com uma sopa de morangos e cereja e um pouco de granola para sentirmos algo "crunchie" na boca; e uma sobremesa de abacaxi grelhado com gelado de iogurte e sponge cake de pinhão. Por último ainda provámos a barra energética, composta por côco, pistacho, tâmaras, gelatina de laranja e togarashi, não que precisássemos de energia, mas apenas porque esta "sobremesa" tem mesmo de ser provada.
De um modo sucinto, O Watt é mesmo um restaurante que têm de conhecer. Um restaurante onde o atendimento é simpático, informado e formal q.b. deixando o cliente à vontade com qualquer tipo de esclarecimento necessário. Um restaurante que serve o mundo à mesa, mas que respeita o ingrediente nacional. Um restaurante onde a cozinha é saudável e onde a carta está divida em 3 fases: entradas, principais e sobremesas, para não complicar muito. São no total 15 opções de escolha, sendo que existe um menu de degustação previamente definido onde provamos 6 desses pratos. Um restaurante onde se partilha, tanto pratos, como experiências e onde podemos ficar a trocar dois dedos de conversa, acompanhados de um (ou mais) whisky, das 18 opções que o dito carrinho de bar tem à nossa disposição. Um restaurante onde a cereja no topo do bolo, é mesmo um bom whisky dentro do copo.
O Watt fica situado no Edifício Sede EDP, Avenida 24 de Julho, 12, Cais do Sodré, Lisboa. Atualmente está aberto todos os dias das 12h30 às 17h e das 19h30 às 24h. O valor médio por pessoa ronda os 35€, com um copo de vinho incluído. É aconselhável fazer reserva, contudo clientes sem reserva são sempre bem vindos, desde que a lotação do espaço o permita.
Situado na nova sede da EDP, O Watt é provavelmente o restaurante mais bonito do qual Kiko Martins é proprietário. Não desfazendo o bom gosto e decoração aplicado em todos os outros restaurantes, O Watt remete-nos para um cenário quase cinematográfico, onde o bar da entrada serve como introdução a um bom filme que continua na sala de refeição. Onde à noite a pouca luz presente contrasta com a forte luz do exterior do edifício. A pele castanha dos bancos onde nos sentamos abraça as paredes divisórias de cortiça. As fotografias expostas nas paredes, feitas em edifícios da EDP, vivem em comunhão com o teto estilo industrial pintado de preto. Em suma, toda uma decoração pensada e elaborada pelo designer britânico Jasper Morrison, onde também não ficou de fora o fantástico soalho em madeira e os candeeiros de autor que estão em cada uma das mesas.
Mas falemos da cozinha. Regra simples da mesma, gorduras, frituras e açúcares não entram. Crus, ao vapor e grelhados são tão bem vindos que é assim que está disposta a carta, mas já lá vamos. De resto o conceito é o mesmo, bons produtos, boa confeção e os sabores de excelência aos quais Kiko já nos habituou, onde o mundo nos é colocado no prato, mas sempre com a matéria-prima portuguesa. Vamos até à mesa?
Começamos a refeição nos crus, onde as texturas de tomates biológicos e manjericão, servem de "cama" a uma burrata e um "caviar" de balsâmico. Um prato simples, fresco, cheio de sabor e onde o tomate é mesmo tomate. Continuamos com uma proteína. O atum é a estrela principal do "poke", onde as algas, as sementes de sésamo, o abacate e o molho ponzu, completam este prato de inspiração havaiana e que é sem dúvida a melhor das entradas. Para finalizar este início de refeição, provámos da grelha uma entrada vegetariana com cogumelos shimeji, porcini e cantarelos grelhados, um cuscus de couve-flor, avelãs e gema trufada, um equilíbrio de sabores perfeitos onde se destaca o fumado da grelha e a envolvência dos cogumelos com a trufa.
Pequena pausa antes que os pratos principais começassem a chegar e perto de nós avistamos um carrinho de bar. Estivemos tentados a ir ver do que se tratava, mas entretanto a espetada de polvo galega chegou à mesa. Polvo grelhado no carvão, acompanhado de ervilha torta e por uma cevadinha de camarão e mexilhão, de onde se evidenciam os sabores de uma boa paella. Sem dúvida um prato bem concebido onde o mar está presente e muito bem representado. Do mar passamos para a terra e do pescado para a carne. Carré de borrego, grão de bico, espargos, iogurte com záatar e pistachos, compõem o melhor prato que nos foi servido. Este fantástico borrego do médio oriente é uma surpresa a cada garfada. A carne tenra, cozinhada no ponto e com um sabor típico das especiarias orientais, o grão com um ponto de cozedura crocante e a frescura da menta dão a este prato a intensidade e consistência necessária para que ainda hoje o tenhamos na memória.
Chegámos à parte final e também aquela que deu mais trabalho a idealizar pelo Chef Kiko, as sobremesas. O facto de não serem usados açúcares, faz com que tenha de se ir buscar outros elementos doces a algum lado. Sendo assim, surge uma taça de açai em gelado, com uma sopa de morangos e cereja e um pouco de granola para sentirmos algo "crunchie" na boca; e uma sobremesa de abacaxi grelhado com gelado de iogurte e sponge cake de pinhão. Por último ainda provámos a barra energética, composta por côco, pistacho, tâmaras, gelatina de laranja e togarashi, não que precisássemos de energia, mas apenas porque esta "sobremesa" tem mesmo de ser provada.
De um modo sucinto, O Watt é mesmo um restaurante que têm de conhecer. Um restaurante onde o atendimento é simpático, informado e formal q.b. deixando o cliente à vontade com qualquer tipo de esclarecimento necessário. Um restaurante que serve o mundo à mesa, mas que respeita o ingrediente nacional. Um restaurante onde a cozinha é saudável e onde a carta está divida em 3 fases: entradas, principais e sobremesas, para não complicar muito. São no total 15 opções de escolha, sendo que existe um menu de degustação previamente definido onde provamos 6 desses pratos. Um restaurante onde se partilha, tanto pratos, como experiências e onde podemos ficar a trocar dois dedos de conversa, acompanhados de um (ou mais) whisky, das 18 opções que o dito carrinho de bar tem à nossa disposição. Um restaurante onde a cereja no topo do bolo, é mesmo um bom whisky dentro do copo.
O Watt fica situado no Edifício Sede EDP, Avenida 24 de Julho, 12, Cais do Sodré, Lisboa. Atualmente está aberto todos os dias das 12h30 às 17h e das 19h30 às 24h. O valor médio por pessoa ronda os 35€, com um copo de vinho incluído. É aconselhável fazer reserva, contudo clientes sem reserva são sempre bem vindos, desde que a lotação do espaço o permita.