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Os TAIS em Marrakech

É verdade que já se passou mais de dois meses desde que estivemos de férias em Marraquexe, mas felizmente temos tido tantos trabalhos que ainda não tínhamos tido a oportunidade de partilhar esta viagem convosco. A escolha não foi fácil, mas metemos a lista de destinos em cima da mesa, e no meio de todas as hipóteses que tínhamos, decidimos arriscar e ir conhecer uma cultura completamente diferente da nossa.


A viagem é uma maravilha, apenas 1h30m de avião. É quase como um abrir e fechar de olhos e chegamos a outra realidade. Marraquexe é de facto uma cidade alucinante, parece que tudo vive a 100Km/h e de inicio é muito difícil acompanhar o ritmo, mas como se costuma dizer, primeiro estranha-se e depois entranha-se. Muito importante na cidade é ter uma boa condição física e psicológica, isto se quiserem realmente conhecer Marraquexe. Beber muita água também é essencial, sempre engarrafada. Apanhámos temperaturas sempre acima dos 45 graus diários, o que só por si já é maçador e causa um grande desgaste físico, agora imaginem juntar a isso o constante regatear ao comprar qualquer coisa, desde andar a cavalo, táxi, camelo, compras no mercado, etc, uma autêntica luta diária para todos os turistas com os marroquinos, mas afinal de contas é uma das coisas que mais nos fascina em Marrocos!


Bem, mas vamos ao que realmente interessa. A restauração é típica e fiel às suas raízes, o prato típico são as famosas Tagines. Couscous, legumes e especiarias é o que não falta, e preparem o estômago para uma grande explosão de sabores que podem não ser de todo uma novidade, mas certamente serão mais genuínos do que ao que estamos habituados. Consegue-se comer muito bem e a preços bastante acessíveis, e para quem não gostar da gastronomia típica, não desespere pois as cadeias mundiais de fast food já estão presentes em Marrackesh. Dá a sensação que a cidade já está muito adaptada ao turista Europeu, o que por um lado foi ótimo e por outro péssimo. Tenham imenso cuidado quando são acompanhados por locais, eles estão sempre a sugerir sítios para os turistas irem pois têm "acordos" com amigos donos dos restaurantes perto da Medina, e pagam-se preços absurdos por refeições normais. No nosso caso, sempre que saímos do hotel, almoçávamos e jantávamos na maior parte das vezes ali pelas redondezas, no chamado bairro Europeu, que nós tanto adoramos, onde existem imensos restaurantes típicos, baratos e acolhedores  e ficava sempre muito em conta, um almoço ou jantar por pessoa ficava na média dos 5/6 euros, por isso não esqueçam, comer em Marrocos sai sempre em contaTambém jantamos num restaurante que fica ao lado do Pacha que se chama "Strass", um restaurante luxuoso que nos proporcionou um dos momentos mais altos da nossa estadia, com comida sofisticada, num espaço que tudo falava por si, foi um bom momento.


Nos transportes, os taxistas devem ser os maiores aldrabões, e lá não há Uber, há é que ter muito cuidado. Existem dois tipos de táxis, os petit de 3 lugares, e os grand de 5 lugares. Cada tipo têm o seu preço e sem sabermos deste facto, logo no primeiro dia quando aterramos, apanhámos um táxi no aeroporto até ao centro de Marraquexe, que fica sensivelmente a 10m do mesmo, uma viagem que deveria de custar ai uns 13€ acabou por ficar a 25€ pois apanhámos um grand táxi, isto mesmo após uma grande negociação para regatear e baixar o preço. A grande dica é "só entrarem no carro depois de terem um preço bem negociado" e com o negócio bem fechado senão arriscam-se a pagar o dobro do que estariam à espera. Na escolha do sitio onde iríamos dormir ouve dois critérios que pesaram, o preço e o mais próximo da realidade da cidade. Então encontrámos um que correspondeu aos nossos requisitos e expectativas, mas não se esqueçam, não elevem muito as mesmas, pois tudo o que parece certo ou quase certo, deixa de ser, Marrocos é isso, nada é uma certeza, tudo é uma surpresa. 


Deveríamos  aqui enumerar dezenas de sítios a visitar, mas não, pois como enfrentámos um calor avassalador, passámos uma boa parte do nosso tempo no hotel onde tínhamos uma piscina irresistível, por isso não fizemos o tradicional passeio de camelo. Todas as noites íamos visitar a Medina, que era o centro. Onde tudo se passa, onde tudo acontece. Gente, muita gente, cheiros, barulhos, confusão, a loucura, uma verdadeira selva, mas linda e cheia de coisas maravilhosas para desfrutar. Também fomos ao casino de onde saímos vitoriosos, e quase escorraçados pois os seguranças eram super mal educados. Não recomendamos a visita, além de termos vencido, o casino é muito pequeno, feio e completamente desinteressante. Também andámos num autocarro turístico aqueles que existem em qualquer cidade da Europa, mas cometemos o erro de o fazer ao quarto dia após a chegada. A cidade não é muito grande, vê-se facilmente a pé ou em transportes públicos, como tal o autocarro turístico deve ser feito logo no primeiro ou segundo dia. Sabíamos que ao ir para Marrocos voltaríamos ainda mais cansados do que fomos, mas valeu bem a pena, a experiência foi muito boa, recomendamos vivamente,O Norte de África tem o seu encanto, e o seu charme.