Pages

The XX/Baxter Dury/Sevdaliza/Lee Fields & The Expressions e TORRES no Super Bock Super Rock

Tardou a anunciar os primeiros nomes, mas quando o fez foi em grande. A 24.ª edição do Super Bock Super Rock acontece de 19 a 21 de julho no Parque das Nações e começou a desenhar o seu cartaz com um quinteto de artistas de luxo. Poderia haver melhor noticia na semana do Natal?


Romy Madley Croft, Oliver Sim e Jamie Smith conhecem-se desde a infância e a amizade não se perdeu quando decidiram formar uma banda. Pelo contrário, foi como se essa amizade se tivesse alargado a um público que partilha das mesmas referências. Afinal, The XX é uma das bandas mais cool do planeta, com referências que vão desde o R&B de Aaliyah ao rock alternativo de bandas como os Pixies ou The Cure. Em 2009, o single "Crystalised" cria um burburinho entre o público e a crítica. O disco homónimo sairia pouco depois, fazendo com que a banda londrina conquistasse uma legião de fãs graças a um som irresistível, atmosférico e minimalista, cheio de alma em cada canção. Depois de correrem alguns dos melhores festivais do planeta, ainda arrecadam um Mercury Prize graças a este registo de estreia. O segundo disco, "Coexist", chega em 2012, com os singles "Angels" e "Chained" a confirmarem as melhores expectativas. 2017 foi o ano do regresso aos discos. "I See You" tem tudo aquilo que resultou no passado e ainda mais. É uma viagem eclética, capaz de alcançar um público cada vez mais alargado. Sem perder exigência e a honestidade em cada verso, o grupo abre um diálogo com a música pop e fica difícil não ser arrastado pela força de temas como "Hold On" ou "Replica". E é essa a força que podemos esperar para  o dia 19 julho no Super Bock Super Rock.


Com ecos de diferentes músicas e pronúncias, a voz de Sevdaliza só poderia ser deste tempo. Nasceu no Irão, mas a Holanda acabou por ser o destino dos pais, refugiados políticos, quando Sevdaliza tinha apenas 5 anos. O resultado desta história é uma eletrónica capaz de emocionar, próxima do trip-hop de bandas como os Portishead ou os Massive Attack, mas sem deixar de lado as influências de géneros como o grime ou o dubstep. Depois dos EPs "The Suspended" ou "Children of Silk", ambos editados em 2015, o primeiro longa duração chegou em abril deste ano. "Ison" confirma Sveda como uma das vozes mais interessantes da atualidade. Ao vivo, não há expectativas frustradas: a cantora iraniana-holandesa continua a diluir as suas sombras na beleza da sua voz. O público português pôde confirmar tudo isto no passado dia 25 de novembro na sua passagem por Lisboa, mas muitos, mesmo muitos, ficaram a aguardar uma nova oportunidade. Que agora surge. Para conferir e não perder, dia 21 de julho de 2018, no Palco EDP.


Não há hoje muitos artistas a fazer música (relevante), cujo primeiro single tenha sido editado em... 1969. Mas Lee Fields é mais do que um músico veterano: é um autêntico fenómeno da soul music. Desde a década de 60 do século passado que esta voz da Carolina do Norte grava discos e atua ao vivo. E o mais espantoso é que hoje, chegado a 2017, Lee Fields não se limita apenas a ser aclamado por quem ouve a sua voz cheia de histórias: ele continua empenhado em fazer a melhor música de toda a sua carreira. Reinventou-se com a editora Truth and Soul Records, juntando o seu talento à banda The Expressions. Desde aí, já lá vão três belíssimos discos. O primeiro deles, "My World", foi editado em 2009. Seguiram-se "Faithful Man" e "Emma Jean". Lee Fields & The Expressions recusam-se a repetir fórmulas e dão o seu precioso contributo à história da música soul e do funk. Com mais de 65 anos de vida e 43 de carreira, Lee continua em grande forma, deixando em palco toda a sua paixão e até uns passos de dança. O Palco EDP vai receber toda esta energia no dia 19 de julho.


Baxter Dury é filho de um grande nome do rock, o lendário Ian Dury. O jovem Baxter ainda tentou resistir, mas o apelo da música foi mais forte e acabou por seguir os passos do pai. E foi precisamente a morte de Ian, líder do grupo punk The Blockeads, que provocou uma espécie de epifania musical em Baxter Dury, que, a partir daí, começou a levar a música mais a sério. E não demorou muito até editar "Len Parrot's Memorial Lift", um registo de estreia que revelou o seu gosto por experimentar, desafiar convenções e, na altura, dialogar com uma tradição de rock psicadélico. Desde aí já lá vão cinco discos, onde a estranheza do som nunca perde de vista o caráter eclético de cada uma das canções. No mesmo disco, e em poucos minutos, Baxter consegue ser engraçado, perturbador e emocionante, sem nunca deixar de soar verdadeiro. Com uma visão cinematográfica da própria música, cada disco de Baxter é uma autêntica viagem - e por isso não é estranho que seja influenciado por nomes como Serge Gainsbourg ou até pelo cinema da nouvelle vague. E a última dessas histórias contadas por Baxter Dury chama-se "Prince of Tears". Estas canções novas, com a qualidade de sempre, podem ser ouvidas já no dia 21 de julho, no Palco EDP.


TORRES é o nome de guerra da cantora e compositora Mackenzie Scott. A educação religiosa, numa Igreja Baptista, fez com que estivesse próxima da música desde muito nova, aprendendo a tocar piano, flauta e outros instrumentos ainda em criança. Esse percurso na Igreja ofereceu bases a Mackenzie, assim como a formação em literatura, anos mais tarde. E ainda era estudante quando editou o disco de estreia, um registo homónimo de 2012. A crítica foi unânime em considerar que estávamos, de facto, perante uma artista. Este sucesso garantiu-lhe colaborações com outros músicos, com Sharon Van Etten ou os Garbage, ídolos musicais de Mackenzie. Em 2015 surge o segundo disco, "Sprinter", com elementos eletrónicos mais evidentes, mas sem perder o gosto em dizer coisas de guitarra em punho. Depois de correr todo o mundo, TORRES regressa aos discos neste ano de 2017 com "Three Futures". E o resultado é coerente com o percurso feito até então: há mais eletrónica, influenciada por Krautrock, também rock industrial, mas a mesma alma e emoção em cada palavra, com as influências que vão desde Ryan Adams até Fleetwood Mac, passando pela poesia de Sylvia Plath. Tem tudo para ser bom – e é! O público português pode confirmar todos estes créditos dia 19 de julho, no Palco EDP.

Os bilhetes já estão à venda nos locais habituais nos seguintes preços e modalidades. Até 30 de junho o passe de 3 dias tem o custo de 109€, os bilhetes diários de 55€, sendo que o Fã Pack exclusivo da FNAC custa 95€ (passe de 3 dias). A partir de 1 de julho o valor aumenta para 114€ nos passes de 3 dias e para 60€ no bilhete diário. Não percam.