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Vinhos a não perder

Janeiro já vai bem lançado, mas quando se trata de falar de vinho, qualquer altura é boa. Desta vez apresentamos-vos os últimos vinhos que provámos e que curiosamente foram todos engarrafados no ano do nosso nascimento. Uma saúde ao ano de 2015.



Produzido nas vinhas de altitude da quinta com o mesmo nome, o Quinta da Leda 2015 é um vinho portentoso, mas pleno de frescura e vigor. Um tinto complexo e estruturado, fruto das condições climatéricas excecionais vividas em 2015. Produzido com as castas Touriga Franca (50%), Touriga Nacional (20%), Tinta Roriz (15%) e Tinto Cão (15%). O resultado é um vinho de cor rubi profunda e um aroma de boa complexidade, com saliência para os frutos pretos como a ameixa, especiarias, componente balsâmica a cedro e a caixa de tabaco, bem como algumas notas arbustivas e madeira muito bem integrada. Na boca tem bom volume, acidez e taninos bem envolvidos, frutos pretos, pimenta e um final de excelente harmonia e elegância. É um vinho que pode ser consumido desde já, embora beneficie de uma maturação em garrafa entre 3 a 5 anos, atingindo o seu apogeu cerca dos 10 anos de idade. Com um teor alcoólico de 13,5%, vai bem com pratos de carne, caça e queijos.


Do Vale do Rio Torto na região do Douro, surge este Quinta Vale D. Maria Vinha da Francisca Tinto 2015. Um matulão com uma grande profundidade de cor, violeta e vermelho escuro, com enorme concentração de aromas a frutos vermelhos maduros e ameixa. Concentração impressionante e uma frescura marcante. Na boca apresenta notas minerais, algum chocolate negro, no meio de aromas a cerejas negras. No meio de boca sente-se uma explosão de fruta, seguido de um final fresco e persistente do tradicional toque de framboesa dos vinhos do Vale D. Maria. Recentemente premiado nacional e internacionalmente e com um teor alcoólico de 14,5% acompanha um bom prato de carne pesado que este tempo fresco ainda pede.



Com assinatura Niepoort e da Bairrada, temos este Poeirinho 2015. O Poeirinho, cujo nome é a antiga designação da casta Baga, é um tributo aos grandes vinhos bairradinos do passado, que eram leves na cor e no grau alcoólico, mas que tinham um enorme potencial de envelhecimento. A grande paixão de Dirk Niepoort por esta casta e pelo fantástico terroir da Bairrada, fez com que ao longo dos últimos anos, procurasse pequenas parcelas de Baga, de vinhas muito velhas, espalhadas pela zona de Cantanhede. Surge assim este Poeirinho 2015 de cor violeta muito brilhante. Frutado, muito expressivo e aromático. Impressiona pelas notas salinas, marítimas, muito típicas do terroir de calcário. Na boca é muito preciso, com uma enorme estrutura e muita garra. É incisivo, profundamente mineral e refrescante, com fruta fresca (cerejas, morangos e bagas silvestres). Não se deixem enganar pelo teor alcoólico de 11,5%, apenas ajuda a escorregar melhor. Acompanha na perfeição cabrito assado, pratos com enchidos, bacalhau no forno ou pratos vegetarianos com leguminosas.



Porque nem tudo tem de ser caro para ser bom, a distância de Carregal do Sal, na região do Dão, para a nossa mesa, não chega a 4€ de distância. Quinta de Cabriz Colheita Seleccionada 2015 é dos bons tintos do mercado. Não recebeu os prémios do seu antecessor de 2014, mas a génese está lá toda.Mistura de castas Alfrocheiro, Tinta-Roriz e Touriga Nacional apresenta uma cor rubi intensa, com fruta exuberante, num conjunto muito harmonioso, sem excessos, onde predominam as notas de frutos vermelhos e especiarias. Na boca é suave e com os seus 13% de volume, torna-se o acompanhamento perfeito para peixes no forno e carnes vermelhas.