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Conversas Sem Filtro - Um Homem, um sonho e o Ecocup

Se há coisas que em Portugal não nos podemos queixar é de falta de eventos ligados à música. Concertos 12 meses por ano em "n" sítios diferentes. Festivais de Março a Novembro, de norte a sul do país, sem esquecer as ilhas que também os recebem. Mas se há coisas de que nos queixamos é das centenas de copos de plástico espalhados pelos recintos, seja em sítios fechados ou em sítios abertos.



O Ecocup é a solução para esse mal. Copos ecológicos, personalizados à imagem de cada evento, começam a estar presentes em Festivais de Música do Verão, nomeadamente os da Unicer, que foi a pioneira a introduzir este formato no NOS Primavera Sound e que irá repetir o mesmo já no Super Bock Super Rock, MEO Sudoeste e Vodafone Paredes de Coura. Independentemente da "nossa rede" e preferência musical, o importante é que cada vez mais os concertos, festivais e eventos desportivos sejam ecológicos e ajudem a reduzir a má pegada ecológica. Disponíveis no formato de 25cl e de 50cl, além de reutilizáveis estes copos ainda são coleccionáveis e dificilmente não vamos ficar com pelo menos um. Falámos com Nuno Melo, o homem forte da Ecocup em Portugal sobre este projecto e partilhamos a conversa convosco. 



- Viva Nuno, tivemos a felicidade de acompanhar este projeto em Portugal na sua fase inicial, no ano passado, no Piknic Electronik Lisboa, este ano temos acompanhado o mesmo no Brunch Electronik Lisboa, o que te levou a trazer algo tão genial para Portugal? 

NM - Estávamos muito atrasados em relação a este tipo de iniciativa, numa grande parte dos países europeus, nomeadamente aqueles onde são organizados grandes eventos, e também festivais de grande dimensão , o ECOCUP já está presente e a empresa é líder europeia nesta área, faz os copos para muitos  dos eventos musicais e desportivos de grande dimensão inclusivamente para o UEFA Eurocup . A sua dimensão, eficiência, controlo de qualidade e valores fez com que fosse a parceira certa para este projecto. Nunca me esqueço da imagem que fica quando acaba um festival e existe um mar de copos de plástico no recinto ou na relva , o que significa milhares de toneladas de CO2, uma despesa grande na limpeza e consequente reciclagem. Os nossos ECOCUP são reutilizáveis e têm um período longo de vida (até 8 anos), após lavagem e armazenagem por processos que cumprem todas as normas de higiene e segurança. Fomos inovadores o ano passado, mas este é o ano da afirmação. Tenho muito orgulho de contribuir para um futuro diferente e mais ecológico.

- Associares este projeto à Unicer é também uma maneira de o dares a conhecer aos consumidores de um modo mais abrangente, que reações esperas de quem não conhece este conceito? Achas que as pessoas vão colecionar o copo?

NM - A Unicer foi a empresa que em poucas semanas arriscou em parceria a uma introdução em grande escala em alguns dos seus grandes festivais em 2016, estando presente em mais de 80% dos eventos musicais de grande dimensão a nível nacional, foi uma escolha feliz. É também uma empresa muito forte em termos de comunicação e marketing e assim sendo a aposta certa para um arranque da operação a outra escala em Portugal. Os consumidores têm reagido muito bem à iniciativa e penso que a consciência ambiental está cada vez mais presente nas pessoas, uma vez que o feedback supera as minhas expectativas. Do nosso lado explicamos ao consumidor que o ECOCUP é um produto com uma caução e que a pessoa no final pode devolver o copo e receber de volta o seu dinheiro da caução, no entanto uma boa parte das pessoas acaba por levar o ECOCUP consigo como uma recordação do momento que viveu e experienciou no festival; aqui a criatividade do copo é fundamental e o trabalho das agências do cliente é fundamental para o “offtake” de copos. Na minha opinião é algo que irá crescer gradualmente pois com a natural expansão do projeto a outros eventos o colecionador que existe dentro de todos nós (sim eu acredito nisto) não irá resistir a ter os seus troféus e parte da história das suas vivências .



- O facto de existir uma caução que é devolvida ao consumidor quando este entrega o copo ajuda a que estes o façam, ou achas que as pessoas também já se começam a preocupar com estas questões ambientais?

NM - Sem dúvida, essa é a parte nobre do projecto, mais que o tornar numa peça de merchandising, o que queremos destacar é o livre arbítrio na decisão de levar ou entregar o ECOCUP no final do evento nos pontos destinados ao mesmo. E com isso cumprir a missão numero um deste projecto, que é todos juntos construirmos um planeta melhor …esta é a geração que está a sofrer mais os impactos ambientais e talvez a única com acção sobre isso.

- Depois das festas e festivais, onde vais levar o Ecocup?

NM - Para mim e para quem me conhece um pouco melhor vou tentar levar ao máximo de eventos e oportunidades que conseguir  , os festivais são a ponta do Iceberg, temos muito território para implementar esta iniciativa aqui em Portugal… concertos, eventos desportivos, discotecas e alguns canais especiais são possibilidades de curto - médio prazo …das outras ainda não falo. Mas a ideia é com a dimensão termos uma unidade de lavagem e armazenagem em Portugal e gerarmos emprego e oportunidades para as pessoas que também comunguem com os nossos valores.  

Diz a sabedoria popular que só temos uma vida completa quando plantamos uma árvore, escrevemos um livro e temos um filho. Tu és pai e estás a ajudar a sustentabilidade do planeta, não achas que está na altura de rever essa "máxima popular"?

NM - Eheheh , sim sou pai de 3 filhos, de 2 mães fantásticas e neste momento gosto de dizer que indiretamente salvo pandas, tigres, tartarugas e florestas, falta o Livro…espera 2 anos e vais ver! Terei mais umas histórias para contar, até porque esta é uma das várias iniciativas que espero contribuir e implementar com sucesso e de algum modo tentar fazer alguma diferença …ainda não é um “legacy” mas olha, é o que se consegue para já . Abraços e apareçam no Brunch!