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Conversas Sem Filtro - O Amor pela música

Karla Campos. Um nome que para muitos é apenas isso. Um nome que para apreciadores de concertos já pode dizer mais qualquer coisa. Um nome que começa a ganhar cada vez mais força no que diz respeito aos festivais de música. Karla Campos é a mentora de festivais como o Sumol Summer Fest, Edpcooljazz e o Lisboa Dance Festival, sendo profissionalmente a CEO da Live Experiences (promotora dos mesmos festivais).



Brasileira de nascença, partilha com Portugal a sua dupla nacionalidade e já há 15 anos que promove eventos no nosso país. Licenciada em Gestão de Empresas na FMU - Faculdades Metropolitanas e Unidas, em São Paulo e detentora de um Executive Master em Management Business with Specialization in Marketing na Universidade Católica de Lisboa, Karla começou a sua aventura em terras lusas na publicidade. Depois de 8 anos nesta vida fez um ano sabático e voltou em força para uma passagem pelo Pavilhão Atlântico e Parque das Nações, passagem essa que despertou a sua vontade de seguir o que mais gostava de fazer como hobby: artes plásticas e música. Acabou por se ficar somente pela Música. Viaja atrás de música e frequenta anualmente festivais de onde surgem artistas emergentes, dando depois a conhecer os mesmos nos festivais e concertos que organiza.

Karla diz com orgulho, "Ao longo destes anos, produzi mais de 400 concertos, juntando mais 550.000 pessoas, proporcionando experiências e memórias inesquecíveis. Ver os espectadores a cantar, dançar, sorrir, divertirem-se, conviver com amigos, descontrair, todos unidos por uma linguagem universal, A Música, é uma sensação maravilhosa!". Tivemos a oportunidade de trocar uns dedos de conversa com ela por causa do Lisboa Dance Festival para perceber a sua paixão pela música e o resultado foi o seguinte.



Olá Karla, antes de mais o nosso obrigado pela tua disponibilidade. Queríamos começar por perguntar o que te levou a criar algo tão fantástico como o Lisboa Dance Festival?

KC - Muito obrigada pelo interesse demonstrado no LDF e na disponibilidade para esta entrevista. As tendências ditam a dinâmica do mercado e ao estar sempre atenta e em permanente observação do mercado, nacional e internacional, detectei que a eletrónica é um estilo que está na moda e que continua a crescer, bem como hip-hop.
Uma nova cultura de música urbana surgiu nos últimos anos.
Paralelamente, Lisboa também está igualmente no "top of mind" durante todo o ano, do mesmo público da eletrónica. Lisboa não tinha nenhum festival de música eletrónica de Inverno. Conclusão, a Live Experiences lançou um festival de Eletrónica de Dance Music que além de ser um festival de música é ainda um festival que disponibiliza um espaço de aprendizagem, as TALKS, e de trocas, o MARKET.

É o segundo ano do festival e nota-se um crescimento a nível de organização. Comparando com a edição do ano passado quais as principais alterações?

KC - Uma programação com uma visão 360 graus da música eletrónica apresentando mais artistas, incluindo bandas de Música Eletrónica a começaram às 22h. Mais e novas salas: Livraria Ler Devagar, Hostel The Dorm, Café da Fábrica. Salas com naming Sponsors: o Carlsberg Room @ Zoot, o Clube Antena 3 @ Livraria Ler Devagar e o Kia Rio Room @ The Dorm. Mais horas de música e por último a junção das TALKS no espaço do MARKET.

Não só um festival de música eletrónica, mas acima de tudo um festival de música urbana e que nos faz dançar. Quais os critérios de escolha dos artistas?

KC - São artista de Dance Music, sejam eles DJs ou Bandas de eletrónica, house, techno, electro-disco, Hip-hop/R&b, drum & bass, Eletro-Afro, Afro.

A nível de cartaz existe uma mistura entre artistas emergentes e artistas de renome no panorama musical muito bem-feita, qual ou quais aqueles que te orgulhas mais de ter presente nesta edição?

KC - É difícil de mencionar quando se gosta, e muito, de todos, é a mesma coisa que perguntares de que filho mais gostas. Porém, é um orgulho conseguir ter a estrear álbuns de Hercules & Love Affair, Mount Kimbie, Jessy Lanza, e depois o elegantérrimo Marcel Dettmann, Hunee, George Fitzgerald, os icónicos Branko e Moullinex que tão bem representam o que de melhor se está a fazer em Portugal, a par do Holy Hood e Harold, duas grandes revelações do Hip-Hop made in Portugal. Estou muito orgulhosa do meu cartaz deste ano, vão ser 2 dias intensos de boa música.



E que artista é que tens pena de não estar presente nesta edição?

KC - Tantos...

Paralelamente também organizas o EDP Cool Jazz Festival. Sendo um festival bastante distinto do Lisboa Dance Festival, qual te dá mais gozo organizar?

KC - São dois estilos onde eu me sinto como um peixe na água. Adoro!

Sentes que a sociedade de hoje em dia ainda vê as pessoas ligadas à música eletrónica e urbana como quem só quer diversão e não tem responsabilidades, ou achas que as mentes já estão mais abertas?

KC - De um modo geral, a nossa sociedade está um pouco mais tolerante, mais flexível, mais aberta, estamos todos mais permissivos. Estamos numa fase muito hedonista, o prazer subiu na pirâmide das necessidades. Estamos mais emotivos, lembrámos-nos que afinal somos humanos e somos movidos por emoções. Uma ótima fase.

O Painel das “talks” tem temas interessantíssimos, onde se destaca o “Girl Power”. Achas que devia haver mais mulheres ligadas a esta indústria?

KC - Há muitas mulheres nesta área e cada vez vai haver mais.

Vamos terminar com questões rápidas. 

Eletrónica ou Hip-Hop?

KC - Eletrónica.

Concerto ou Dj/Live set?

KC - Concerto.

Minimalismo ou excentricidade?

KC - Minimalismo.

Mainstream ou underground?

KC - Underground