Em 2016 durante a conferência de imprensa da 22.ª edição do Super Bock Super Rock, Rui Miguel Abreu questionou Luís Montez e a sua equipa, se o Hip-Hop começaria a ocupar o lugar do Rock, tudo devido à estreia em solo nacional de Kendrick Lamar e de um dia onde a sonoridade mais urbana e underground das rimas tomaram de assalto o recinto do festival.
A questão ficou no ar, sem um sim e sem um não, apenas com a certeza que um festival de música pretende sempre inovar e chegar a todos os seus fãs. O ano virou e a 23.ª edição já conta com nomes de peso, tais como: Red Hot Chili Peppers, Deftones, Foster the People, entre outros, todos eles numa vertente mais Rock. Hoje o Super Bock Super Rock voltou a surpreender e anuncia também em estreia nacional, o rapper Tyler, The Creator. Se alguém é capaz de personificar uma ideia de música alternativa para o século XXI, esse alguém é Tyler, The Creator. O rapper da Califórnia acrescenta um novo sentido à ética punk "do it yourself": faz tu mesmo, faz diferente e aponta para todas as plataformas à disposição. Provocando as pessoas através dos melhores beats e letras, mas também através do Tumblr, Twitter ou Facebook, numa altura em que ainda poucos acreditavam a sério no poder das redes sociais. Co-fundador do grupo Odd Future, um dos grandes acontecimentos dos últimos anos no mundo do hip-hop e de onde também saiu Frank Ocean, Tyler produziu para a maioria dos artistas do grupo, além de se envolver na imagem de cada disco e até na escolha da roupa com que se apresentavam. Depois da estreia com "Bastard" em 2009, "Goblin" foi o disco que lhe trouxe maior notoriedade, com o single "Yonkers" e outras canções cuja atmosfera negra e quase claustrofóbica servia como o divã perfeito para as exorcizações de Tyler. Em 2013 chegou "Woolf", registo bem mais luminoso do que os anteriores e que foi sucesso de vendas logo na primeira semana.
Dois anos depois do seu último disco "Cherry Bomb", e quando se anseia por novo trabalho, Tyler, The Creator vem a Lisboa com a mesma atitude irreverente que o caracteriza, pronto para destilar irritações, delírios e até paixões, sem deixar ninguém indiferente. Para ouvir no Palco EDP, dia 14 de julho. Os bilhetes encontram-se à venda nos locais habituais por 55€ a diária e 109€ o passe de 3 dias.