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Vinhos a não perder

Diz a gíria que "um copo de vinho por dia e não sabem o bem que fazia". Verdade ou não, pouco interessa, mas faz sentido. Atualmente a oferta de bons vinhos é tanta que ao bebermos um copo por dia, conseguimos provar 365 por ano. Partilhamos convosco mais alguns que temos andado a beber e que recomendamos.



Começamos com este Lenuma da Quinta dos Avidagos, uma das mais antigas da região do Douro. Este vinho foi produzido para uma comemoração e comemoração que se preze, requer sempre excelência. De cor vermelha muito intensa é um vinho vigoroso com boa intensidade e complexidade onde sobressaem os frutos silvestres maduros, ameixa preta, notas minerais com toque balsâmico. No paladar os taninos firmes e gulosos focam no fruto e têm um final muito longo. Com os seus 14,5% de volume, acompanha bem pratos de carnes vermelhas bem condimentadas e queijos de ovelha curados.



Feito a quatro mãos, no feminino, o vinho Crochet Tinto, 2014, é um dos "Melhores Vinhos de 2016". Quem o afirma é a Revista Wine – A Essência do Vinho que entregou recentemente os prémios "Melhores do Ano". As enólogas Sandra Tavares e Susana Esteban aliaram à amizade a experiência, a paixão comum pelo vinho e a matéria-prima excecional para tricotar um vinho que refletisse o espírito indomável do Douro. A colheita do Crochet de 2014, na sua cor carregada e consistente, na sua complexidade, harmonia e elegância conquistou os provadores da Wine que lhe atribuíram 18,5 pontos e o lançaram diretamente para a lista dos melhores do ano. Com 14,5% de volume, é um vinho robusto que acompanha na perfeição pratos pesados.



Como criar algo divino? O pessoal da Quinta Nova da Nossa Senhora do Carmo certamente sabe responder, pois o seu Mirabilis Tinto enquadra-se nessa distinção. De cor profunda, este vinho é complexo e intenso no nariz, com notas de frutos pretos e especiarias. Elegante, muito concentrado, sofisticado e com um belo equilíbrio entre textura, acidez e estrutura, mostra um final muito longo, intenso e de grande precisão. Constantemente premiado no estrangeiro, também foi um dos vencedores de melhores do ano pela Revista Wine – A Essência do Vinho, mas não nos admira em nada, tal o maravilhoso que este vinho é. Um matulão do Douro com 14,4% de volume, tão bom que qualquer razão serve paar abrirmos uma garrafa e desfrutar lentamente, copo a copo.



Não saímos do Douro, mas também é difícil, tal é a oferta que esta região tem para nos dar. Da Quinta do Pôpa chegam-nos Lolita e MILF. Dois conceitos disTINTOS, bem presentes no imaginário masculino, mas improváveis no ainda tradicional mundo do vinho (português). Embora sejam os dois feitos a partir das mesmas castas autóctones da região (Touriga Nacional, Tinta Roriz, Touriga Franca, Tinta Barroca, Tinto Cão e Vinhas Velhas), são néctares distintos, a mostrar o potencial da região e a expressão do terroir que lhes dá origem. A fórmula de cada um dos blends surpreende pelo contraste dos seus perfis. O Lolita tinto 2013 com 13,5% de volume, é um romance de boas maneiras, jovem e fresco, com persistência no final de boca. Já o MILF tinto 2013 com 14% de volume é mais complexo, intenso e aliciante nas suas notas de fruta madura; carrega sabedoria e promete longevidade. Ideais para uma refeição a dois.