O que é bom acaba depressa, mas volta para o ano, o que já não é nada mau. Foram dois dias, 11.000 pessoas, 6 salas, 20 horas de música e 40 artistas que mostraram o melhor que sabem fazer numa vertente mais eletrónica. Foram explorados todas os sons onde a "batida" é o ingrediente principal. House, Funk, Techno, Trip-Hop, Hip-Hop, sonoridades urbanas, pura arte para os nossos ouvidos. Foi intenso, vibrante e já deixa saudades.
Uma visão de 360º sobre a música eletrónica foi o mote da edição deste ano do Lisboa Dance Festival, mas não daquelas em que se fica no mesmo sitio, aqui absorve-se tudo o que os olhos vêm, os ouvidos ouvem e o corpo sente. O público e os media demonstraram que o conceito foi absorvido e que era hora de desfrutar ao máximo tudo o que envolvia o festival: cartaz, espaços, vibe, conceito, tudo. O festival apresentou salas como a Kia Rio Room @ The Dorm, uma das novidades desta edição, um espaço exclusivamente dedicado ao conceito "back to back" (B2B) em que os artistas desafiaram-se num set totalmente diferente do seu habitual. Por ali passaram Stereossauro vs Dj Kwan, Sam the Kid vs DJ Big, RIOT B2B Nuno Forte, Darksunn B2B Nitronious, Dupplo B2B Señor Pelota, Vítor Belanciano B2B Davide Pinheiro e Pedro Ramos B2B Hugo Moutinho. Outra pista de dança improvável foi a Livraria Ler Devagar que recebeu o Clube Antena 3. Rui Maia, Corona, Holy Nothing, Batida 2007-17 (não foi um concerto, não foi um Dj-set, foi algo divinal) Radio DJ Set, DJ Glue, Harold, Ghost Hunt e Lince foram os responsáveis por 2 noites de diversidade e festa. A Carlsberg Room @ Zoot aqueceu com o set de 6h que Moullinex preparou para o primeiro dia do festival (onde não faltou um monte de convidados e surpresas e ainda uma homenagem aos Daft Punk), e manteve a temperatura com o global club de Branko, no dia seguinte, e com a Enchufada na Zona.
A Fábrica XL, o palco principal do festival, recebeu os internacionais Hercules & Love Affair e Mount Kimbie, (apresentação em primeira mão de alguns temas que vão fazer parte dos novos álbuns a editar em breve), Marcel Dettmann, Jessy Lanza, Mai Kino e Tokimonsta (três estreias em Portugal), Hunee, George Fitzgerald, Dekmantel Soundsystem e o português Holly Hood a quem coube o início das hostes. A Fábrica L, mesmo ao lado, voltou a receber o Market & Masterclasses (Dominar as Redes Sociais / Launchpad da Novation Circuit / Djing / Masterização / Sampling e Live), mas também as Talks (Girl Power / Local é Global / Fenómeno do Hip-Hop) sempre com o olhar atento de Rui Miguel Abreu.
Dois dias em que Lisboa dançou com o mundo e o mundo dançou em Lisboa, cerca de 40% dos festivaleiros foram estrangeiros o que é um valor excelente para um festival de pequena dimensão, mas com tudo para crescer de ano para ano. Os nossos sinceros parabéns.