Eduardo Marques é uma pessoa viajada e isso nota-se nas suas criações. Vindo do outro lado do Mundo há um ano e meio para a abertura do UpTown Bar no Intercontinental Lisbon Hotel, onde reina a mixologia e os cocktails de autor. Tudo o que lá é criado vem de uma história e inspiração fora do comum, onde compotas, bitters, perfumes, infusões, licores caseiros, tal como decorações inesperadas resultam numa experiência única para quem os prova. Foi um dos finalistas da competição World Class 2017 e foi lá que estivemos à conversa com ele.
Paris, Sardenha, Dubai foram apenas algumas das cidades onde trabalhou e desenvolveu conhecimentos. Vive o bartending como uma forma de estar na vida e é apaixonado tanto pela sua profissão, como pela vida que leva. Cresceu como pessoa e construiu a sua identidade atrás do bar, sempre com boas doses de criatividade, alguma loucura e a excentricidade necessária para que tudo fluía da melhor forma. Dedicado, curioso, divertido e humilde, Eduardo diz que quem o conhece e quem já o viu a trabalhar, já sabe com o que pode contar, mas não toma isso por garantido, pois todos os dias aprendemos sempre mais qualquer coisa.
Paris, Sardenha, Dubai foram apenas algumas das cidades onde trabalhou e desenvolveu conhecimentos. Vive o bartending como uma forma de estar na vida e é apaixonado tanto pela sua profissão, como pela vida que leva. Cresceu como pessoa e construiu a sua identidade atrás do bar, sempre com boas doses de criatividade, alguma loucura e a excentricidade necessária para que tudo fluía da melhor forma. Dedicado, curioso, divertido e humilde, Eduardo diz que quem o conhece e quem já o viu a trabalhar, já sabe com o que pode contar, mas não toma isso por garantido, pois todos os dias aprendemos sempre mais qualquer coisa.
- Olá Eduardo, antes de mais o nosso obrigado pela tua disponibilidade. Queríamos começar por perguntar onde surgiu a ideia de participares na competição da World Class?
EM - Quando vivemos intensamente esta profissão e acreditamos que podemos fazer algo diferente com as nossas criações, também pensamos em competir. Isto aliado ao facto de a World Class ser a melhor competição do Mundo, a Diageo e todo o seu portfólio de bebidas, e as pessoas intervenientes tão creditadas que trabalham para esta grandiosa empresa, só pode ser um estímulo.
- Fazer cocktails para um menu ou cocktails de autor para uma competição não é o mesmo processo. Para ti em que é que se diferenciam e em que consiste cada uma das criações?
EM - Ambos requerem um enorme grau de criatividade, precisão e visão. No UpTown Bar, concentramos-nos nos cocktails de autor e qualquer um deles presentes no menu, podem entrar em competição. Três deles entraram na competição do World Class este ano, e qualquer pessoa pode vir prová-los.
- Como consegues transpor as tuas ideias e conceitos para o copo?
EM - As ideias, inspiração e influências são várias. É tudo natural e espontâneo, faz parte do meu ADN. As minhas criações podem advir de um lugar, de uma viagem, de um estado de espírito, de uma imagem, de alguma vivência que me tenha marcado, mas todas as minhas criações tem uma história por trás.
- Sabemos que em competição tudo tem o seu élan, conceito e história. Posto isto, como começou o processo de criação do “Dairokkan” e do "Mon Twisted Cherry" ?
EM - Para o "Dairokkan" inspirei-me em estimular todos os sentidos.O "shrub" de figo e o perfume de alfazema funcionam como uma experiência memorável e multi sensorial. Todos os elementos foram pensados e estudados em pormenor. É um cocktail doce, estimulante e avelulado, que funciona muito bem com mariscos e sushi. O "Mon Twisted Cherry" é um cocktail mais forte e com mais corpo. Os "bitters" de cacau, a ginginha e a própria colher de chocolate como decoração, dão-lhe um toque único. É um cocktail simples, sedutor, com carisma.
- Qual a história ou a mensagem por trás do mesmo?
EM - Dairokkan significa sexto sentido em japonês, e funciona como estimulador de todos os sentidos. O "Mon Twisted Cherry" é nspirado num flirt entre duas pessoas na Guatemala e "Cherry" é a personificação do rum Zacapa 23 no feminino.
- Sem ser a vodka Ketel One e o Rum Zacapa 23, não querendo desvendar nenhum segredo, qual o ingrediente chave que os torna únicos?
EM - O " Dairokkan" tem como base espirituosa a vodka Ketel One, algo que também o torna único e especial. O "shrub" caseiro de figo e o perfume de alfazema dão-lhe o toque final. O "Mon Twisted Cherry", tal como a história retrata, é utilizado o rum Zacspa 23. Os "bitters" de cacau e a colher em chocolate tornam este cocktail muito especial e difícil de esquecer.
- Qual a tua motivação para participares neste desafio da “World Class”?, já participaste noutros desafios? Como tem sido o teu percurso de barman e como é que este influencia as tuas criações.
EM - A World Class como competição, fala por si mesmo. É a melhor de todas, por isso a motivação tem que ser grande. A minha maior motivação é mostrar diariamente a minha paixão pelos cocktails ao cliente. O que elaborei na competição, foi exactamente algo similar, foi apenas tele-transportar o meu habitat natural para uma final de uma competição que me marcou profundamente. No dia seguinte, a minha motivação quadruplicou. Já tive presente em várias competições, como por exemplo, ter sido também finalista do Barman do Ano e continuarei a fazê-lo com a mesma dedicação e alegria. O convívio, a amizade, a experiência e a troca de ideias é o que fica.
- Para terminar onde é que podemos provar esta e outras criações da tua autoria?
EM - As minhas criações podem ser provadas no UpTown Bar, no Hotel Intercontinental Lisboa entre as 5h da tarde e a 1h da manhã todos os dias. O novo menu, acabado de sair, funciona como uma viagem, onde todos os pequenos detalhes de hospitalidade vem ao de cima.