Muito mais que gostar de música, é a ouvir música que se conhecem novos artistas. Independentemente do género musical, Portugal está cheio de artistas emergentes. Uns mais conhecidos, outros nem tanto, mas partilhamos convosco artistas portugueses que temos andado a ouvir e que vão dar muito que falar.
João Granola é o nome de uma das bandas que mais nos tem suscitado o interesse. Natural do Cartaxo, João Machado é o cantor e compositor por trás desta banda que conta ainda com Philippe Pedrosa no baixo, Tomás Borralho na bateria, Artur Mota no trompete e guitarra e Maria Joana Vilela no teclado, e que tem vindo a dar cartas no Indie Rock nacional. Música harmoniosa e que fica no ouvido. João define a sua música como não sendo "mais do que o ramo musical de uma vida atestada de ramos, assentes num tronco que se fez, quer e procura ser robusto". Cantando em português, contam-se histórias em 5 canções num EP que pode ser ouvido aqui.
Guilherme Tomé Ribeiro é GPU Panic ou o "Gui dos Salto" mas é sob o signo do primeiro que marcou presença no NOS Alive. O seu primeiro EP, que sairá brevemente explora texturas eletrónicas num ambiente nostálgico e enigmático, onde, por vezes, a voz ao fundo conduz a música e funde-se com os sintetizadores, basslines e beats que guiam o público ao longo de três curtas viagens. Presente este ano na Red Bull Music Academy, estreou na RBMA Radio o primeiro single "Tanger" e atuou pela primeira vez como GPU Panic, numa noite que contou com a presença de nomes como Suzane Cianni, Veronica Vasicka e Kaitlyn Aurelia Smith. A eletrónica nacional volta a dar os seus frutos.
No hip-hop e sem papas na lingua Mike El Nite continua a debitar as suas rimas em bom português. Depois de em 2016 se ter apresentado como "O Justiceiro", nome do álbum de apresentação, e que ainda hoje toca nas nossas playlists, o rapper português apresentou recentemente o single "Oliude", encerrando assim o ciclo do primeiro álbum. "Oliude" conta a história que também vemos no vídeo oficial. Um acerto de contas ao estilo de um filme de acção dos anos 90. Uma metáfora para o que o tema aborda, também ele é um ajuste de contas entre o artista e a indústria, mais especificamente, nos meandros do Rap, pretendendo expor a falsa camaradagem, e a efemeridade da fama e estrelato num país com um mercado pequeno.
Em 2016, os Miss Lava lançaram "Sonic Debris", um dos álbuns mais aclamados do ano a nível nacional e internacional mas prometeram não ficar por aí. Em Maio deste ano, voltaram com o tema "Black Unicorn", tema esse que antecipava um novo EP que prometia agitar novamente as águas e que acabou por ser lançado a 27 de Junho. "Dominant Rush" é como um satélite de "Sonic Debris". Ganhou vida própria durante o processo de gravação do registo anterior. As 4 músicas que o compõem partilham uma tensão dominante que é agora libertada na galáxia discográfica dos Miss Lava. Metal made in Portugal, para se ouvir pelo mundo todo.