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Il Mercato - Um Italiano com Raízes Portuguesas.

É no conceituado Penha Longa Resort, um hotel de luxo em pleno Parque Natural, perfeito para uma escapadela relaxante a pouco mais de 20min do centro de Lisboa, que se encontra o restaurante Il Mercato. Aquele que durante alguns anos foi a sala de pequenos almoços deste maravilhoso hotel, vê-se agora totalmente remodelado, com uma sala mais ampla que abraça a paisagem verde envolvente e que convida a boas e longas refeições.



Nova sala, novo Chef, nova carta. É quase caso para dizer, esqueçam tudo aquilo que sabem sobre o típico restaurante italiano. O Chef Pedro Paulo é o responsável pela carta e por esta mudança. Pedro e a sua jovem equipa não se esquecem que trabalham num restaurante italiano e que lideram o restaurante mais familiar do resort, daí as pizzas e as "pastas" serem uma presença na carta, contudo a sua criatividade levaram-no a trabalhar o melhor do produto português, com a mais bela e saborosa confeção italiana. Bem, de facto não é só a sua criatividade. Na realidade Pedro Paulo, apesar de desconhecido para muitos de nós, traz na sua bagagem, seis anos de Fortaleza do Guincho, onde trabalhou com Vincent Farges e mais recentemente com Miguel Rocha Vieira. O "know-how" e os "skills" adquiridos nestes anos estão bem visíveis em alguns dos pratos que apresenta, mas já lá vamos. Os seus pratos de autor são inspirados no mar, não só por ter estado ao lado deste nos seus últimos anos de trabalho, mas também por ser um apaixonado pelas proteínas que este nos tem para dar. Contudo não se aflijam, pois também à pratos de carne para aqueles que não passam sem ela. Vamos até à mesa?




Começa por nos ser servido um pequeno amuse bouche com um arancini, uma tapioca de bacalhau com grão e uma água fresca de tomate, tudo isto para nos ir abrindo o apetite. Seguiu-se a primeira entrada e a primeira surpresa da noite. À nossa frente é colocado um carpaccio de vieiras, com polenta branca e geleia de ruibarbo; um prato fresco, guloso e intensamente viciante. Ainda a salivar pelas vieiras, chega à mesa um ravioli de camarão com cogumelos shitake e molho de aves que dava vontade de beber até à última gota a acompanhar. Massa fresca, bem cozida e bem recheada, o que se pode querer mais? O repasto continua com um risotto de caldeirada, onde sentimos as raízes portuguesas bem presentes a cada garfada dada. No ponto, com a textura exata e o sabor a mar e frescura que uma caldeirada tem. Para finalizar, um filete de robalo irrepreensível, acompanhado com orzo, couve flor grelhada e molho de vitela. Pode parecer uma combinação estranha, mas é simplesmente perfeita.




Numa refeição que prato após prato fomos sendo surpreendidos pelo Chef e pela sua equipa, com criações de fazer qualquer um salivar, chega a altura da sobremesa onde o Chef pasteleiro apresenta a sua versão de panacotta com framboesa e cassis. Pode não alegrar aos fiéis à panacotta clássica, mas o seu sabor, textura e apresentação vão sem dúvida fazer chorar de alegria todos os que não dispensam o doce no final da refeição.



Bom apetite.