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La Pasta Fresca

Stefania Raiola e Giuseppe Gordono são o exemplo perfeito que nunca se deve desistir de uma paixão, e que nunca é tarde para nos dedicarmos a ela. Este casal Napolitano trocou a experiência na área da engenharia pela paixão à gastronomia, e "mamma mia" que todas as mudanças de vida fossem como esta.



Situado no número 186 da Avenida 5 de Outubro (perto do Campo Pequeno), em Lisboa, encontra-se o La Pasta Fresca. Este restaurante genuinamente italiano, é também o primeiro com pastificio artesanal em Lisboa, onde tudo foi meticulosamente pensado e desenvolvido de modo a trazer um pouco de Itália até nós. O espaço é amplo e luminoso e a cozinha está totalmente visível através de uma enorme "parede" de vidro que permite acompanhar a azáfama da confeção. A sala conta com 36 lugares sentados à mesa e de uma zona de bar/balcão com bancos de pé alto. A decoração é leve e "clean", e tanto o espaço, como o mobiliário, foram projetados e produzidos em Itália. Os grandes pratos da tradição cerâmica de Vietri (a fazer lembrar Bordalo Pinheiro), que reproduzem vários tipos de pasta italiana, e a sequência de telas que representam o processo de confeção de um prato de pasta fresca, do nascimento da pasta a partir da farinha, até ao prato final, são o ex-libris da casa; de referir também os candeeiros, que são uma adaptação original de escorredores de cozinha industriais.



Mas vamos ao que interessa, a comida. Para comer in loco, ou para levar para casa, cozinhada ou por cozinhar, todas as "pastas" são totalmente produzidas na cozinha do restaurante. A maquinaria utiliza tecnologia italiana avançada e tem a capacidade para produzir vários tipos de "pasta" fresca, até 216Kg/dia. Raviolis, tagliatelle, casarecce e spaghetti, são apenas alguns exemplos das "pastas" que estão disponíveis. Na nossa visita foi-nos servido um autêntico roteiro gastronómico por Itália. Começámos por um spritz (5€), um refrescante aperitivo com aperol, prosecco e soda, seguido de duas entradas bem típicas italianas, a insalata caprese (8€), com queijo provola e tomate cereja; e a bresaola (carne fumada) com queijo grana padano, rúcula e limão (10€). Seguimos para os ravioli di zuca con crema di taleggio (12€), que são uns fantásticos raviolis com recheio de abóbora, mostarda de frutas, amaretti e parmesão, com molho de queijo taleggio e manteiga; e não podíamos deixar de provar as famosas mezzelune di fichi e prosciutto con burro, tomino e noco (13€), que são umas meia luas com recheio de figos, presunto e ricotta com molho de manteiga, tomilho e nozes. Para terminar a degustação de "salgados" optámos por uma pasta típica napolitana, as casarecce al pesto cetarese (10,50€), seguindo de imediato para a verdadeira carbonara de Roma (15€), com esparguete, ovo e guanciale (gordura da bochecha do porco) e queijo, sim, são só quatro ingredientes, nada de natas nem de cogumelos, tal como manda a tradição. O repasto terminou em beleza com a torta caprese (6€), um maravilhoso bolo de chocolate e amêndoas, típico da ilha de Capri em Nápoles, que não leva farinha.



Stefania e Giuseppe, quiseram trazer um pouco de Itália com eles, e conseguiram. Pratos típicos e simples, esqueçam as "pastas" que normalmente comemos, sempre envoltas em molhos e afins, o lema é simples "less is more", poucos ingredientes mas de elevada qualidade e com um sabor que dificilmente se esquece.