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Até Para o Ano ModaLisboa

Ocorreu no passado fim-de-semana a 45.ª edição da ModaLisboa. Foram 3 dias intensos que se traduziram em 22 desfiles, com a abertura entregue à plataforma Sangue Novo, na passada sexta-feira dia 9, e com o encerramento entregue a Dino Alves, no passado domingo dia 11. 


Fotografia de João Bacelar
Mas não só de desfiles se viveu esta edição que foi composta também por eventos paralelos relacionados à moda portuguesa. Quinta-feira dia 8, pelas 18h, no Paços do Concelho, deu-se lugar às "Fast Talks"; e na sexta-feira dia 9, após as 15h, no BPI da Praça do Municipio, abriu o Wonder Room, onde 22 marcas nacionais emergentes estiveram presentes, expondo, e dando a conhecer os seus artigos até ao passado domingo. Marcas e expositores, como é habitual, marcaram também presença nesta edição, e trouxeram a todos os que por lá passaram momentos divertidos e de distração entre os desfiles a todos os que se deslocaram até ao Pátio da Galé. A Heineken realizou sonhos, a Samsung mostrou os seus últimos telefones, e a Bic lançou uma coleção especial de isqueiros, com a colaboração do estilista Ricardo Preto. A vodka Stolichnaya tomou mais uma vez conta do bar do certame, e os seus cocktails ajudaram a refrescar uma sala que se encontrava bastante quente.


Sangue Novo: Cristina Real, Sara Santos e Carolina Machado
Créditos: ModaLisboa / Fotografia: Rui Vasco
Banda, Carlotaoms, Carolina Machado, Cristina Real, David Catalán, Inês Duvale, Patrick de Pádua, Rúben Damásio, Sara Santos e Tânia Nicole, foram o "Sangue Novo" desta edição, que pela primeira vez teve direito à atribuição de um prémio para a melhor coleção. Apresentaram coleções arrojadas, com cores e cortes típicos da estação. A vencedora foi Sara Santos, e recebeu um Master Level Certificate in the Fashion Area, um workshop de cinco semanas em Milão oferecido pela Domus Academy no valor de 5200 euros e uma bolsa de estudo de 5000 euros atribuída pela Vulcano, outro patrocinador oficial da ModaLisboa, para fazer face às despesas inerentes à participação no curso. Away To Mars, Catarina Oliveira, Luis Carvalho, Carlos Gil, Nair Xavier, Olga Noronha, Christophe Sauvat, Valentim Quaresma, Saymyname, Miguel Vieira, Ricardo Preto, Alexandra Moura, Nuno Gama, Filipe Faísca, Kolovrat, Nadir Tati, Pedro Pedro, Piotr Drazal, Aleksandar Protic e Dino Alves, já habituados a estas andanças, apresentaram as suas coleções onde a cor branca, o preto, as transparências, os tecidos fluidos e mais não sei quantas coisas técnicas foram uma constante nos desfiles realizados. No que diz respeito às coleções femininas, para nós, meio Faísca equivale a quase todas as outras coleções juntas. Não que as outras fossem desinteressantes (muito pelo contrário), mas Filipe Faísca inova e arroja de edição para edição, evitando sempre cair na monotonia, como disse Pedro Crispim "numa edição como  tema The Timers, e uma coleção com o nome "Now", Filipe Faisca foi mesmo o agora, o presente". Miguel Vieira também esteve muito bem no que diz respeito à parte feminina da sua coleção, o clássico nunca se irá deixar de usar, e nas suas coleções, o clássico é uma presença constante. Destaque ainda para Nadir Tati, que trouxe consigo os padrões e as cores quentes de África, mostrando peças que deixaram as senhoras presentes a desejá-las.

Filipa Faisca, créditos ModaLisboa / Fotografia: Rui Vasco

Miguel Vieira, créditos ModaLisboa / Fotografia: Rui Vasco

Nadir Tati, créditos ModaLisboa / Fotografia: Rui Vasco

Nas lides masculinas e como não podia deixar de ser Miguel Vieira, Nuno Gama e Dino Alves foram os reis e senhores de mais uma edição. Miguel apresentou uma coleção de fatos, blazers e smokings, bem ao seu estilo e a pensar sobretudo naquela altura em que todos se lembram de casar. Nuno Gama voltou a mostrar o feitos portugueses pelo Mundo. O tema foi "Monstrengo" e remeteu mais uma vez à Epopeia dos Lusíadas. Como se de um filme se tratasse, tivemos gladiadores, "caravelas", muito músculo, muita testosterona e barbas por todo o lado a desfilar pela passerelle; viajámos pelas Áfricas, pelas Américas, pela Índia e terminámos no Oriente. Pena o tempo chuvoso ter obrigado "espetáculo" a ser feito dentro de portas, e não na Marinha Portuguesa, onde estava inicialmente pensado. Isto não foi um desfile de moda, isto foi uma viagem pelas conquistas dos nossos antepassados, criada por um português, e para os homens de todo o mundo. Marcando como sempre a diferença, Dino Alves escolheu o Teatro São Luis para apresentar a sua coleção. Muito ligado ao Teatro pelo seu passado como figurinista, viu-se bem o à vontade que Dino teve na idealização deste desfile. Uma autêntica e perfeita encenação, com direito a tudo; drama, intensidade, vivência no seu lado artístico. Pecou apenas pela longa demora, mas felizmente valeu a pena cada minuto extra de espera. 

Miguel Vieira, créditos ModaLisboa / Fotografia: Rui Vasco

Nuno Gama, créditos ModaLisboa / Fotografia: Rui Vasco

Dino Alves, créditos ModaLisboa / Fotografia: Rui Vasco

Os nosso parabéns a toda a organização que de edição para edição tem feito sempre o melhor, dando a conhecer a Portugal, e ao Mundo, o que de melhor se faz na moda portuguesa. Até já ModaLisboa.