Faz hoje uma semana que o Lisboa Dance Festival trouxe a Lisboa o "beat" que faltava. O tempo voa, mas as batidas ainda estão bem presentes em todas as 9 mil pessoas que se apresentaram na LX Factory e também no Ministerium Club. Foram dois dias intensos com encontros marcados sempre em torno da dança, dois dias que chegaram para conquistar uma certeza: esta celebração da cultura electrónica veio para ficar.
“Pessoas de todas as idades, portugueses de todo o país, turistas de muitas nações, várias “tribos” urbanas. É impossível delinear um perfil do público do Lisboa Dance Festival, que no passado fim-de-semana atestou a LX Factory, em Lisboa. Afinal, apesar de nem todos gostarmos dos mesmos ritmos e sons, todos gostamos de dançar”. A revista digital Rimas e Batidas começou por descrever desta maneira dois dias que certamente entram para a história da música electrónica em Portugal. A ETIC, a Danceplanet, a Arturia, a Bloop e a Carpet and Snares marcaram o espaço Market, na Sala L, e levaram muita gente a mexer em discos, a informar-se sobre cursos ou a manipular tecnologia que permite a criação de música electrónica. Vários alunos da ETIC, aliás, experimentaram em direto trabalhar na produção de conteúdos assinando reportagens, fotografias e vídeos sobre diferentes aspectos do festival. Uma experiência marcante para todos. No sábado, o espaço Act For All teve também direito a enchentes: as masterclasses protagonizadas por Slow J, DJ Ride e Mooullinex estiveram cheias e deixaram claro que há muita curiosidade sobre as técnicas que alguns dos nossos mais destacados artistas usam para fazer música. Discussões sobre rádio, sobre vinil, sobre hip hop ou as novas batidas africanas também tiveram forte participação do público, bem como palestras sobre a criação de editoras ou os direitos que assistem os criadores de música. As Talks deixaram claro que há espaço para o pensamento, bem como para a acção num evento desta natureza.
Mas foi a música que levou multidões às salas Bi+Ca, Norma Jean, Zoot e XL. Com um ambiente de pura celebração, dançou-se techno e house, hip hop e funk, disco e kuduro numa harmonia e diversidade inéditas. 16 das mais representativas editoras portuguesas do presente ofereceram a sua música e a sua identidade a um público ávido de dançar em português. E estrelas internacionais como Vakula, Amê, Motor City Drum Ensemble, Prosumer ou Sven Vath sentiram na pele o arrepio de colocar música para muita gente devota das pistas. Muitos portugueses, claro, mas também muito público internacional. O Lisboa Dance Festival, aliás, recebeu jornalistas dos Estados Unidos, de Inglaterra, França, Espanha, Brasil, México ou Itália nesta sua primeira edição, sinal claro de que o seu impacto já extravasou as nossas fronteiras. Uma certeza: foi a primeira de muitas edições!